As cores têm diferentes significados. A cor prateada por exemplo, tem um significado especial, que é aplicável em todos os campos. Prateado significa pureza. Quando vir essa cor durante a meditação, saiba que alcançou um grande progresso na sua vida em termos de pureza. Ao ver a cor prateada, saiba que a sua mente, o seu vital e a sua consciência-corpo estão se tornando puros. Isso também se aplica quando vê a cor prateada na arte.
O buscador sincero pode se concentrar e meditar nessas cores [no livro de Sri Chinmoy, Colour Kingdom – Reino da Cor – que dá a qualidade espiritual associada a várias cores diferentes] para acessar as qualidades que as cores incorporam. A cor que irá lhe ajudar a trazer à tona a qualidade da qual está carente nesse momento é a cor certa para se concentrar. Você mesmo tem que fazer a escolha. A cor que lhe der a maior alegria ou alegria imediata ou a cor com que sentir que tem afinidade, é aquela que você escolherá, naturalmente. Se puser algumas das cores à sua frente, e uma delas o puxar como um ímã, essa é a cor para você – para a sua realização e manifestação.
Você vê cores diferentes durante várias meditações porque cada cor tem um significado próprio. O seu ser interior quer ser alimentado a toda hora com alimentos diferentes. Assim como existe a comida terrena, também há a comida Celestial. Essa comida é cor, luz e etc. Você não come a mesma comida todos os dias. Aqui, o ser interior quer ser alimentado por uma comida em particular. Ele escolhe a cor como um tipo de alimento. Você escolhe apreciar uma variedade de cores ou a mesma cor novamente. Fica a seu critério como satisfazer a si próprio.
Qual o significado de ver cores num sonhos?
Cada cor tem um significado espiritual. Num sonho você pode não enxergar ninguém ou ouvir quaisquer palavras; talvez só veja lampejos de luz. Quando ver luz nos seus sonhos, saiba que essa luz entrará em você e se manifestará em e através de você. Quando você conhecer o significado dessa luz, imediatamente será capaz de interpretar esses sonhos.
Ao ver uma cor branca pura no seu sonho, saiba que a pureza divina e consciência divina da Mãe estão entrando em você. A Mãe Universal possui todas as cores, mas a luz branca pura é a Sua cor predileta, e é através dessa cor que Ela Se manifesta. Portanto, a sua consciência virá como uma luz branca pura.
De forma parecida, se ver uma cor azul pálida, saiba que ela indica Infinidade, espiritualidade e grande poder. O verde significa nova vida, vitalidade e dinamismo. Ver luz verde quer dizer que uma nova vida despertou. Quando vê a cor vermelha, saiba que o poder divino está entrando em você.
Qual o significado espiritual de sonhar em cores e sonhar em preto e branco?
Sonhar em cores representa as diferentes fases da vida, diferentes tipos de consciência na vida da pessoa, sejam elas progressivas ou destrutivas. Sonhar em preto e branco significa a união da escuridão e da luz, da noite e do dia, das forças destrutivas e das forças positivas e construtivas.
Vendo luzes e cores durante a meditação
P: Em diferentes ocasiões vi luzes vermelhas, azuis e brancas durante algumas meditações. Você poderia explicar qual é o significado de cada uma delas?
R: O vermelho é o aspecto dinâmico de Deus. Representa o poder divino que você está vendo em seu próprio interior. Quando o poder da divindade entra na sua existência, você fica com energia.
O branco é a cor da pureza. Ele representa a consciência da Mãe Divina. Ao ver a cor branca ao seu redor, você sente que a sua existência física inteira está inundada de pureza, da ponta dos pés até o topo da cabeça.
Quando você vê uma cor azul clara, isso significa que a Infinidade está entrando na sua consciência aspirante. Você não consegue compreender a Infinidade com a sua mente. A mente imaginará uma grande distância, aumentará ela um pouquinho mais e parará por aí. Mas a Infinidade aumenta continuamente. Ao ver a cor azul, tente sentir que a sua consciência está se expandindo na Infinidade, e que a Infinidade está entrando na sua consciência aspirante.
P: Eu costumava ver e sentir uma luz dourada ao redor do meu coração, mas não consigo mais. Como posso recuperar essa presença maravilhosa?
R: Quando essa luz dourada – que é a luz da manifestação divina – toca a Terra, talvez ela não consiga permanecer por muito tempo. Se ela sentir que não pode permanecer no coração porque ele não é puro o suficiente, ela retrocederá. Entretanto, quando o coração é puro, essa luz funciona primeiro na região do coração. Depois ela se dirige ao vital e ao físico.
Recuperar a presença visível da luz não é necessário. Se você quiser seguir um caminho espiritual, não é a luz que você quer – é o constante cuidado de Deus por você, o verdadeiro amor e bênçãos Dele. Quando você tem o cuidado do Supremo, ele pode assumir a forma de luz, paz, poder ou qualquer outra qualidade divina.
Quando um iniciante enxerga uma luz, ele sente que está progredindo de modo extraordinário. Até certo ponto, é verdade. Se Deus lhe mostrar alguma luz, certamente você ficará inspirado a mergulhar profundamente no mar da espiritualidade. Porém, se Deus sentir que você precisa de paz e não de luz, Ele agirá através de você de uma maneira diferente.
Você quer readquirir a presença maravilhosa da luz. Mas não terá uma maior satisfação ao ver essa luz, porque não estará satisfazendo a Deus à maneira Dele. A sua meta mais elevada é agradar a Deus do Seu próprio modo. Quando Deus lhe proporciona uma experiência, você deve ficar extremamente grato a Ele. E quando Ele não lhe oferecer uma experiência, você deverá ficar igualmente grato, porque Ele sabe o que é melhor para você. Compete a você meditar com toda a alma, e compete a Ele lhe conceder luz, paz ou poder. Deus lhe oferecerá o que Ele tem e o que Ele é, se você oferecer a Deus o que você tem e o que você é. O que você tem é ignorância, e aspiração é o que você é. Portanto, peço que você agrade a Deus à maneira Dele e não se importe com as coisas que você teve uma vez e de que agora sente falta.
As cores dos chakras
O chakra raiz, ou a lótus muladhara, tem quatro pétalas, que são vermelho e laranja na sua coloração. O chakra do baço, svadhisthana, tem seis pétalas. As pétalas são laranja, azul, verde, amarelo, violeta e vermelho-sangue. Vermelho-sangue é a cor mais protuberante neste chakra. O chakra do umbigo, manipura, tem dez pétalas. Elas são rosa, laranja e verde, mas primariamente verde. O chakra do coração, anahata, tem doze pétalas. Aqui a cor é brilhante dourada. O centro da garganta, o vishuddha lótus, tem dezesseis pétalas. Azul e verde são as cores. Mas dentro de cada pétala há quarenta e oito pétalas. Aqui a cor é rosa. O centro da coroa, sahasrara, tem 1000 pétalas, ou mais preciso, 972. Tem todas as cores, mas a cor violeta é predominante.
Azul: a cor da paz
Entre as cores, azul é a melhor para invocar a paz, porque azul indica a Infinidade. Quando alguém tem a Infinidade, automaticamente invoca a paz. Cada cor tem paz, mas pode-se invocá-la melhor com o azul.
As cores da aura de um Mestre
Pergunta: Quais são as cores principais da sua aura?
Sri Chinmoy: As cores da minha aura são azul, para elevação espiritual e realização, e dourado para manifestação.
Livro Colour Kingdom
Recentemente descobri um livro muito interessante do autor indiano Sri Chinmoy, Colour Kingdom. Nele, o autor explica sobre as cores e seus significados espirituais. Quero dizer com isso que não seria com uma visão psicológica, compreensível pela mente, mas sim interna, mântrica, do coração e alma. Isso é: não precisamos compreender o significado; devemos mergulhar na essência da qualidade que a cor incorpora. O livro também está disponível em vídeo (legal, né?) com todas as cores representadas nele e um aforismo sobre cada qualidade que a cor simboliza. Link para o significado das cores para assistir, download e compartilhar.
Abaixo deixarei algumas cores das que mais gostei e os aforismos que acompanham elas. A seguir, algums perguntas e respostas sobre o significado espiritual das cores, retiradas também dos livros de Sri Chinmoy. Se tiver interesse, você pode ler o artigo sobre mantras visuais (algo como mandalas).
BELEZA (Rosa)
“Uma vida de dever constante é uma vida de beleza suprema.” (Sri Chinmoy)
CONSCIÊNCIA (Azul Claro)
“O papel da consciência é aprofundar o silêncio e expandir o som.” (Sri Chinmoy)
VITÓRIA (Laranja)
“A vitória do amor humano é confusa. A vitória do amor divino é iluminadora. A vitória do amor supremo é preenchedora.” (Sri Chinmoy)
Pergunta: Como posso conscientemente encontrar minha alma-gêmea, minha shakti?
Sri Chinmoy: Você deve primeiro tentar fazer o mais importante. Primeiro você deve se esforçar para encontrar Deus. Se você se esforçar para encontrar Deus, então Deus irá se esforçar para encontrar a sua alma-gêmea, shakti. Primeiro agrade a Ele, primeiro faça com que Ele sinta que você se importa com Ele. Se você pode sentir que Deus é o seu amigo, então ele tomará muito melhor conta de você. Você precisa primeiro de tudo agradar a Deus.
Como podemos agradar a Deus da maneira própria Dele? Primeiro de tudo, não estamos conscientes do modo com que Deus funciona. Sentimos que algo irá agradar Deus, mas como podemos saber se nossos sentimentos estão corretos ou se é tudo alucinação mental? Há uma forma de sabermos se estamos agradando a Deus da maneira própria Dele. Temos de mergulhar fundo interiormente e destruir ou transformar o mundo-pensamento, substituindo-o com força de vontade, força de vontade inabalável. Se temos medo da Força de Vontade de Deus, que é todo-poderosa, nossa vida estará sempre em meio a um medo indizível.
Estamos na terra, aqui e agora, apenas para agradar a Deus da maneira própria Dele. É uma tarefa difícil de fato, mas sentimos alegria apenas quando superamos obstáculos. Se não ultrapassarmos obstáculos, não haverá uma realidade duradoura e não haverá satisfação duradoura. Se não fazemos tudo aqui e agora, não haverá satisfação alguma, pois a meta de hoje é apenas o início da nova jornada de amanhã. Essa nova jornada e a meta da jornada virão de encontro a nós, pois as conquistas da alma e a jornada da alma são inseparáveis.
A beleza na fluidez dos movimentos de quem dedicou a vida à arte marcial possui pontos em comum com a meditação: disciplina diária, dedicação diária, intensidade diária. Um atleta verdadeiro deixa de perseguir sonhos menores e escolhe as coisas que o levam adiante no seu caminho. Sua recompensa é caminhar em direção à auto-descoberta, a única coisa que precisamos descobrir, o único propósito de nossa existência. É algo que faz valer a superação de qualquer desafio.
No entanto, esse caminho (palavra “do” que compõe parte do nome das artes marciais, em judo, kendo, aikido, karate-do, taekwonwdo) não é de negação. Um caminho espiritual representa exatamente o contrário. É descobrir o que vale a pena ser descoberto, é ser feliz de verdade. Aliás, o termo correto para Kung Fu como arte marcial seria Wushu. Kung Fu em si é um termo da língua chinesa que possui um significado mais elevado, além do estilo de luta; em verdade, significa “alcançar uma meta elevada, excelência na busca.”
Luta x arte
As artes marciais não são estilos de luta. A arte marcial é uma arte. Ela não tem um propósito-fim evidente. Aprender a lutar pertence aos estilos de luta. Mas os monges Shaolin foram os primeiros a codificar uma arte marcial, que mais tarde passou a ser o kung fu. Em adição à meditação zen e as tarefas diárias a serem realizadas nos templos, uma rotina de exercícios físicos – mas sempre voltados para a interiorização da consciência – foi implementada. Isso ajudou muito os monges a praticarem a meditação, visto que seus corpos ficaram mais dinâmicos, saudáveis, despertos e – o segredo das artes marciais – sensíveis à energia interna, canais adequados para o fluxo dessa energia.
Igualmente, a meditação, por equilibrar as energias internas (prana, chi, qi), traz uma reflexão física. Eu mesmo tive experiências onde tanto a meditação e a dieta vegetariana melhoraram meu treino de artes marciais, quanto as artes marciais melhoraram minha prática de meditação.
Indo além
Gostaria de deixar uma dica: sinto que, por conta das nossa próprias barreiras internas e externas, apenas a prática de artes marciais não basta para a nossa auto descoberta. Seria extremanente valioso adicionar uma forma consciente de aspiração, como a oração ou meditação diárias, de no mínimo 30 minutos. (por exemplo: 20 minutos de manhã e 10 à noite).
A relação entre meditação e artes marciais
Para chegarmos realmente ao cerne do assunto, eu deixo aqui duas perguntas feitas a Sri Chinmoy sobre as artes marciais, no inglês original.
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What is the relationship between meditation and sports? I know in martial arts, which is something I’ve done for many years, there is a direct relationship, but does it also exist with sports?
Sri Chinmoy: In sports we need energy, strength and dynamism. When we meditate, we make our mind calm and quiet. If inside us there is peace, then we will derive tremendous strength from our inner life. That is to say, if I have a peaceful moment, even for one second, that peace will come to me as solid strength in my sports, whether I am running or jumping or throwing. That strength is almost indomitable strength, whereas if we are restless, we do not have strength like that.
Look at an elephant. An elephant has tremendous strength. It is not restless like a monkey which is moving here and there. It is exactly the same for us. In our inner life if we have the strength of an elephant, then only in our outer life can we be peaceful. A lion is very peaceful. Then when something happens, he starts roaring. But its strength is the peace that it has. It has confidence. But a monkey and other animals that are very, very restless, what kind of strength do they have? Meditation gives us inner strength. Once we have inner strength, we are bound to be successful in our outer life.
A Talk by Sri Chinmoy to the students of Karate Teacher, Mr. Kimo Wall of Honolulu, Hawaii, at the Sagrado Corazon College in San Juan, at 2:00 p.m. on Jan. 19, 1971, after Kimo and his students had given a lengthy and extraordinarily skillful performance of Karate for the Master and the disciples of the San Juan Centre.
Sri Chinmoy: Your teacher, our sweet Kimo, has performed something entirely unique. Today we have learned quite a few things from him. The most important thing we have learned is that his combined concentration in the physical, in the vital, in the mental, in the psychic and in the spiritual were all directed in a superb way for his purpose. You all know that Karate is primarily for self-defence, but again I wish to tell you, and I am sure that your teacher has already taught you, that it is not for self-defence alone, as such. It is for something deeper. Self-protection is necessary, but along with self-protection, what is necessary is self-realisation. What are you going to protect if you do not know what you are? In order to know the highest and the deepest and the inmost, we have to concentrate and meditate.
While he was performing this unique and extraordinary set of movements that we saw a few minutes ago, we observed, along with his superb skill, a power of concentration that ran from the sole of his foot to the crown of his head. Every part of his being was surcharged with a dynamic will. Now this will comes from the soul, not from the body. His physical body became the conscious instrument of his soul’s dynamic will. Now where did he, how did he, learn this so-called technique, which is actually the concentration of a spiritual Master? He learned it from his soul’s inner will.
So what you are getting here is a great opportunity; and this is not the end. You will be taught by him for a few months or a few years and that is just the beginning. The very essence of everything you do is meditation. Kimo’s performance was the result of inner concentration and meditation. So, this is my sincere request to each of you, that every day in the morning, you will please try to concentrate for a few minutes or meditate for a few minutes. Meditation is a vast subject. If I speak about it, it would take hours and hours and there would be no end. I have spoken considerably on meditation at various places: spiritual centres, churches, synagogues, American universities, Puerto Rican universities, European universities. I just came back from a tour on the Continent. There I spoke on meditation.
What I feel would be best for you here is to ask me a few questions on meditation. Otherwise if I give a talk on meditation, it may not serve your immediate purpose, because each one here has a different problem. Your problem need not and cannot be the same as someone else’s problem. In your inner life, you have a problem of your own, or you want Light in a different way from your neighbour. You want to grow into the Light, the Light divine. For real growth, your way of approaching the Truth has to be different from the one who is sitting right beside you.
Now, in the spiritual life, we always say that we must grow and become. Now some people will say that unless you have become something yourself, you cannot give anything to others. Yes, it is true. If you don’t know something and you try to teach others, it is a matter of the blind leading the blind. But I also wish to say that if you know something better than I do, then you are perfectly entitled to teach me that particular thing. And if I know something which you do not know, you should learn it from me. Now here is the golden opportunity to coordinate your knowledge of the physical, the vital, the mental and the psychic with the spiritual. The spiritual life teaches us the unification of all the members of the family: the physical, the vital and the mental must run abreast and inside the physical, the physic and the soul must predominate. Otherwise if you just become an expert in Karate, if you learn it mechanically, you are serving no purpose. But if you exercise your inner will through Karate, while you are performing, you are not only learning the technique of self-defence, but you are discovering your inner reality which is God-realisation. Everything you do when you study or when you speak to a person should have the soul’s will coming to the fore from deep within; then your life will have a purpose. Otherwise you will achieve success, the so-called success, but if the spiritual part of your life is lagging behind, if meditation is missing, your joy will be limited, fleeting, and your achievement will be very insignificant. But if you meditate, you will see an abiding Peace, abiding Light, abiding Joy deep within you.
Now I wish to invite a few questions from those who are interested in the inner life, the spiritual life.
Esporte e meditação são coisas que, para muitos, são desconexas. Alguns acreditam que estão diretamente relacionados, mas, para alguém que segue a filosofia de Sri Chinmoy, é impossível pensar em um sem praticar o outro. Muitas vezes as pessoas acham que a meditação ajuda no esporte, mas a proposta aqui é de enaltecer exatamente o oposto: que os esportes ajudam na meditação.
Qualquer tipo de esporte pode ser encarado uma meditação, pois é um momento de disciplina e concentração. Neste pequeno relato, manifestarei minha experiência na natação e tentarei mostrar como a meditação e a natação estão ligados.
Em minha mais recente auto-transcendência na natação, tive a oportunidade de nadar 24km no Canal de Bertioga, a Travessia 14-Bis. Foi uma experiência única nadar e ao mesmo tempo procurar meditar. A natação tem uma grande diferença em relação a corrida e ao ciclismo, que são dois esportes que também pratico. Na corrida e no ciclismo, é muito mais fácil de distrair a mente enquanto se pratica. Nessas duas atividades, existe sempre o fator da novidade, pois o atleta passa por diversos lugares, distraindo a mente, e isso faz com que ela não tente derrotá-lo de imediato.
Na natação, ocorre exatamente o oposto. O nadador muitas vezes não enxerga nada, só sabe a direção para onde tem que nadar. Isso faz com que seja um grande desafio mental nadar durante, por exemplo, 5 horas e 27 minutos, que foi o tempo que levei para completar a prova. O fator concentração e meditação é fundamental para que se consiga dominar a mente nesse desafio. Concentrar-se em cada braçada, cada respiração, esvaziar a mente e ter somente pensamentos positivos é a peça chave para o sucesso. Muitas vezes o treinamento mental é tão importante quanto o treinamento físico.
Nadar é algo divertido, mas que exige muita capacidade física e mental. Nas maratonas aquáticas, é algo que coloca o nadador diretamente em contato com a natureza. Esse contato, somado ao desafio físico e mental, fazem das maratonas aquáticas grandes eventos para aqueles que procuram desafios.
A natação de piscina também é algo que exige muita concentração, pois são provas muito disputadas, e qualquer erro pode definir o sucesso ou o fracasso. Na natação de piscina, todos os fundamentos da natação devem ser milimetricamente calculados para se obter êxito. Portanto, se o nadador não estiver totalmente concentrado, pode acontecer de ele não alcançar o seu objetivo – seja ele melhorar o seu tempo ou atingir um índice para alguma competição.
O que a natação e a meditação têm em comum é a concentração. A palavra concentração é o início da meditação. Essas duas palavras tem um grande poder, que não somente o ajudará na sua atividade física, mas que trará grande felicidade na vida espiritual – o atalho para se atingir o contato e unicidade com o nosso piloto interior. Portanto, os esportes são de grande benefício para a vida espiritual, pois ele nos lembra de nossa jornada interior, e nos fornece a disciplina que poderá nos auxiliar em nossas vidas espirituais.
Pergunta: A natação nos ajuda a entrar em uma consciência mais elevada?
Sri Chinmoy: Sim. A natação tem o seu próprio valor simbólico. Eu sempre digo que nós estamos navegando no Barco Dourado, com o Barqueiro Dourado, rumo à Margem Dourada. O significado espiritual da água é consciência. Nós todos estamos ansiosos para estar em uma boa consciência. Sempre que estamos na água, a consciência entra. Então, a natação tem sua própria realidade e divindades especiais. Enquanto estamos nadando, podemos imaginar que estamos atravessando o mar-ignorância em direção ao mar de luz e sabedoria.
Sri Chinmoy, Sri Chinmoy Answers, Part 33, Agni Press, 2002.
fontes diversas traduzidas (Beyond WIthin, The Spiritual Life)
Possam a beleza de minha alma,
A pureza de meu coração
E
A sinceridade da minha mente
Tentar fazer a bondosa Terra feliz.
Se acreditamos que com a mente adentramos um nível muito profundo e muito vasto, mesmo tal sensação de profundidade e imensidão não é praticamente nada se comparada com a experiência que já tivemos ou poderemos ter. Quando dizemos a uma criança que algo é muito grande, ela logo pensará num elefante ou numa casa. É a sua concepção de grandeza. Quando pensamos com a mente, a nossa idéia de profundidade e imensidão é semelhantemente limitada. A mente não pode conceber uma vastidão infinita, não pode receber adequadamente tal impressão. Por isso, quando um aspirante busca trazer algumas qualidades divinas com a sua mente, tem de saber que a mente nem sequer consegue conceber essas qualidades, e muito menos conseguiria atraí-las. Isso é porque as concepções da mente humana são limitadas, ao passo que as qualidades divinas são ilimitadas.
A intuição e o conhecimento intuitivo nunca vêm da mente consciente ou do plano subconsciente. A intuição não está ligada à mente, está além. O reino da intuição está muito acima da região mental. Sempre que você recebe um vislumbre ou uma verdade do plano intuitivo, ela não precisa de nenhum apoio do plano mental, vital ou físico para a sua manifestação. Ela é divinamente única e universal, e tem o poder de despertar e iluminar o buscador.
Há duas estradas. Uma é a estrada da mente e a outra é a do coração. A estrada do coração é um atalho. Se trilharmos a estrada-mente, com freqüência encontraremos dúvidas. Duvidaremos da nossa própria aspiração, duvidaremos das nossas próprias experiências e do nosso próprio sentimento por Deus. Num momento amamos Deus, e, no momento seguinte, deixamos de amá-Lo porque Ele não realizou os nossos desejos. No caminho-mente estamos sempre contradizendo os nossos próprios pensamentos. Num momento dizemos que o caminho é muito bom e que estamos progredindo, e no momento seguinte, quando os nossos desejos não são satisfeitos e as dúvidas entram em nós, o nosso progresso é interrompido.
O outro caminho é o do coração. Uma vez que amamos Deus, nos lançamos no mar de Paz, Luz e Felicidade. Como uma gota que cai no poderoso oceano, sentimos que nos convertemos no próprio oceano. Se empregarmos a mente, ela duvidará imediatamente, dizendo: “Serei destruída neste imenso oceano!” Mas o coração dirá: “Ao saltar não me perderei, apenas me tornarei o Infinito.” O coração é uma criança, e uma criança sempre tem fé nos seus pais. Se nós temos um Mestre, teremos fé nele e também teremos fé em Deus, pois Deus está sempre fazendo o melhor por nós. Isso é o que sentimos quando seguimos o caminho do coração. É o caminho mais curto.
Há muitas razões para que eu aconselhe as pessoas a permanecerem no coração e não na mente. O coração sabe como se identificar com o Mais Elevado, com o mais distante, com o mais profundo. No caso da mente não é assim. A mente tenta identificar-se com um objeto, com uma pessoa, com algo limitado. Essa identificação não é pura nem completa. Quando a mente tenta identificar-se, ela foca o objeto com um olhar de hesitação, ou mesmo de suspeita. Mas quando o coração quer identificar-se com algo ou alguém, utiliza o sentimento de amor e unicidade. Quando o coração deseja ver algo, ele o vê sem reservas. Já a mente procura atrasar e separar ao tentar enxergar alguma coisa. O coração simplifica, a mente complica. De maneira inconsciente, a mente obtém prazer em coisas complicadas e confusas, enquanto o coração se alegra nas coisas que são simples.
A mente humana, física, terrena, está presentemente à nossa disposição. Mas a mente superior, a mente mais elevada, a mente intuitiva e a supermente não estão à nossa disposição no momento. No dia-a-dia utilizamos aquela mente física terrena que está sempre a se contradizer. É uma pena que raramente usemos o coração, que é todo amor, todo simpatia, todo pureza, todo cuidado, todo harmonia e todo unicidade.
Por que é que eu peço que dêem mais atenção ao coração do que à mente? Porque o coração expande. A alma representa a nossa iluminação, e é dentro do coração que ela reside. Na vida espiritual o nosso tesouro é a alma. É apenas com a ajuda da alma que podemos fazer o mais rápido progresso na vida interior, e só podemos contatar a alma se meditamos em nosso coração. Todos os caminhos conduzem à meta, mas há uma estrada específica que nos leva mais rápido que as outras.
Não estou falando do coração humano ou físico, que é apenas um órgão, ou do coração emocional, o qual é na verdade o vital. Estou falando do coração puro, o coração espiritual. Alguns Mestres espirituais dizem que o coração espiritual está no centro do peito, outros dizem que está situado um pouco à direita e alguns dizem à esquerda. Inclusive há um Mestre que diz que o coração espiritual está um pouco acima do meio das sobrancelhas, no chamado terceiro olho. Como é que um Mestre espiritual pode dizer isso? Porque o terceiro olho iluminado é luz, e o coração iluminado também é todo luz. De acordo com a minha própria realização, o coração espiritual encontra-se no centro do peito, no centro da nossa existência.
O coração é como um comandante, enquanto que a alma é o rei. Quando a alma vem ao mundo, o seu primeiro interesse é iluminar o coração. Quando a alma separa-se do corpo, automaticamente o comandante perde o seu poder. O coração deseja estar com o seu rei, não quer seguir ou juntar-se a outro rei ou a outro exército. No mundo exterior os nossos amigos podem nos decepcionar, mas no caso da alma e do coração, a sua intimidade é muito mais próxima. O nosso físico às vezes não escuta a alma, e o nosso ser vital e mente podem ignorá-la. Mas o coração é sempre fiel à alma. O coração também sabe identificar-se com outros corações. Uma mãe não tem de demonstrar o amor pelo filho dizendo-lhe: “Eu amo você, eu o amo”, porque a sua identificação com o filho fará com que este se sinta amado. O verdadeiro coração não necessita convencer; ele tem o poder da unicidade.
Para que você consiga entender que você não é a mente, mas sim a alma, primeiro tem de ir além da mente. Há duas maneiras de fazê-lo: uma, subindo através dos diferentes níveis da mente, transcendendo-os, e outra, trazendo Luz dos planos superiores até a mente. Quando a Luz superior alcança a mente, esta deixa de ser um obstáculo à realização interior da nossa unidade consciente com a existência de nossa alma.
Na verdade, quando nascemos não viemos da luz para a escuridão. É um assunto muito complexo. Cada nascimento faz parte do processo evolutivo. Cada pessoa tem uma alma e, quando esta entra na matéria, é a partir dela que aspira. A Mãe Terra tem o anseio interior, a aspiração de tornar-se uma com o Altíssimo, o Eu cósmico, e eventualmente todos os seres humanos da Terra se tornarão um com o Espírito altíssimo. É um processo evolutivo que conduz à perfeita Perfeição.
Quando Deus não está na criação, mas sim além dela, Ele é todo Luz e desfruta da Luz do Além. Mas quando entra na manifestação, Ele deseja experimentar a Si mesmo em milhões de formas. O Eu cósmico deseja completar o seu jogo cósmico em cada indivíduo e em cada criatura aqui na Terra, e é por isso que a evolução ocorre.
A nossa alma é toda luz. Mas na Terra a atmosfera não é propícia à aspiração. Quando alguém nasce, a primeira coisa que vê é ignorância e ilusão em toda parte. No plano mais elevado todos somos perfeitos, mas agora, no plano material, estamos vivendo o jogo da ignorância. Durante a meditação elevamos um pouco a nossa consciência, e nos vemos centenas de quilômetros acima da cama de espinhos. Todavia, se ficarmos somente onde a nossa meditação nos leva, acima dos espinhos, e clamarmos por perfeição, nosso clamor será apenas parcialmente satisfeito. Não estaremos saboreando a fruta toda. Deus está dentro de tudo e também deve ser realizado no plano material. Na filosofia mais profunda, aquilo a que chamamos noite não é noite absoluta. Também lá há alguma luz. Uma pessoa realizada tem naturalmente mais luz que uma outra que não é realizada. O mundo diz que a pessoa não-realizada é toda ignorância porque não realizou Deus. Estamos sempre a comparar uma pessoa com outra. O que se passa na realidade é que estamos crescendo de pouca luz até uma luz maior, até a Luz abundante, cada um de acordo com a sua própria compreensão.
A alma só se manifesta neste planeta porque ele está em evolução. Evolução significa conquista e progresso constantes. Quando alguém deseja progredir e quer seguir adiante, este é o lugar. Nos outros mundos, os Deuses cósmicos e outros seres estão satisfeitos com aquilo que alcançaram. Não querem ir um centímetro além daquilo que já possuem. Mas aqui na Terra você não está satisfeito, eu não estou satisfeito, ninguém está satisfeito com aquilo que já atingiu. Estar insatisfeito não significa estar zangado com alguém ou com o mundo, não. Insatisfação significa que temos aspiração constante para seguir adiante. Se nós temos um pouco de luz, desejamos ter mais luz: queremos sempre expandir.
Quando a criação teve início, as almas tomaram caminhos diferentes. Aquelas que quiseram a Verdade última, a Verdade infinita, aceitaram o corpo humano de modo a algum dia poderem alcançar, revelar e manifestar a Verdade aqui na Terra. Segundo a tradição indiana, existem milhares de Deuses cósmicos. São tantas deusas e deuses regentes quanto seres humanos. Esses deuses permanecem em mundos superiores, seja no mundo vital, no mundo intuitivo ou em qualquer outro plano elevado. No momento, de acordo com a limitada capacidade deles, eles têm mais poder do que nós. Mas quando estivermos libertos e realizados, quando formos totalmente unidos com a Consciência do Supremo, com a Vontade do Supremo, nós os transcenderemos.
A nossa capacidade humana é infinitamente maior que a das chamadas deidades regentes, porque estas estão satisfeitas com aquilo que têm, e nós não. Mas na realidade não é uma questão de insatisfação; é um caso de aspiração constante. Sabemos que o nosso Pai Supremo é infinito, e sentimos que ainda não chegamos a ser o Infinito, mas clamamos por nossa expansão constante. Aqui há este anseio interior. Por um lado, o planeta é obscuro, ignorante, e não se interessa pela vida divina, mas por outro lado tem esse impulso interior tremendo, do qual a maioria dos seres humanos não está consciente. Quando esse anseio interior opera, não há fim para as nossas possibilidades, para as nossas conquistas, e, quando alcançamos o Infinito, naturalmente superamos as conquistas dos outros mundos.
A sua alma tem uma missão especial e ela está supremamente consciente disso.
Maya, a ilusão ou esquecimento, o faz sentir finito, fraco e indefeso. Isso não é verdade. Você não é o corpo, não é os sentidos, não é a mente. Estes são todos limitados. Você é alma, ilimitada, infinitamente poderosa e que desafia tempo e espaço.
Poderá você algum dia realizar a alma? Poderá estar plenamente consciente da sua alma e ser um com ela? Certamente que sim, pois você não é nada senão a alma. A sua alma é quem representa o estado natural da consciência. Mas a dúvida torna difícil percebê-la. A dúvida é o conflito estéril do homem no mundo exterior. A aspiração é a confiança frutífera do aspirante no mundo interior. A dúvida luta persistentemente e por fim derrota o seu próprio objetivo. A aspiração voa acima, ao altíssimo, e ao fim da sua jornada ela alcança a Meta. A dúvida baseia-se na observação exterior. A aspiração é fundada na experiência interior. A dúvida termina em fracasso porque vive na mente física finita. A aspiração termina em êxito porque vive na alma sempre-ascendente. Uma vida de aspiração é uma vida de Paz. Uma vida de aspiração é uma vida de Felicidade. Uma vida de aspiração é uma vida de Plenitude divina.
Para saber qual é a sua missão especial, você tem de mergulhar fundo dentro de si. A esperança e a coragem devem acompanhá-lo em sua jornada infatigável. A esperança despertará a sua divindade interior. A coragem fará florescer a sua divindade interior. A esperança o inspirará a sonhar com o Transcendental. A coragem o inspirará a manifestar o Transcendental aqui na Terra.
Para sentir qual é a sua missão especial, você tem de criar. Essa criação é algo naquilo em que por fim você se torna. Você perceberá que a sua criação não é nada senão a sua auto-revelação.
É certo haver tantas missões quanto almas, mas as missões só se cumprem depois das almas alcançarem um certo grau de perfeição. O mundo é um teatro divino; cada participante toma um papel para o seu êxito. O papel do servo é tão importante quanto o do mestre. Na perfeição de cada parte individual está a plenitude coletiva. Simultaneamente, a plenitude individual só alcança a perfeição quando o indivíduo estabelece a sua conexão inseparável e percebe a sua unicidade com todos os seres humanos do mundo.
Você é um dos pés à cabeça, apesar de haver lugares nos quais você se chama ouvidos e outros nos quais se chama olhos. Cada parte do corpo tem seu próprio nome. Contudo, são todas partes do mesmo corpo, e uma não pode levar a cabo a ação da outra. Os olhos vêem, mas não podem ouvir. Os ouvidos ouvem, mas não podem ver. Assim, o corpo, sendo um, é também muitos. Igualmente, também Deus é um e manifesta-Se de muitas formas.
Deus nos conta a nossa missão, mas não entendemos a Sua linguagem, e Ele tem de ser o Seu próprio intérprete. Quando os outros nos falam sobre Deus, nunca podem nos dizer completamente o que Deus é. De um lado, eles O desfiguram. Do outro, nós não compreendemos. Deus fala em silêncio, Ele elucida a Sua mensagem em silêncio. Portanto procuremos também escutar e entender Deus em silêncio.
A sua alma tem uma missão especial? Sim. A sua missão está nos mais profundos recessos do seu coração, e você terá de encontrá-la e realizá-la. Não pode haver um caminho externo a satisfazer a sua missão. O cervo produz odor de almíscar no seu próprio corpo, e então o cheira, fica fascinado e tenta descobrir a origem desse cheiro. Ele corre e corre, mas não consegue encontrá-la. Na sua busca sem fim, o cervo perde toda a sua energia e por fim morre. Mas a origem que ele procurou tão desesperadamente estava dentro de si mesmo. Como poderia encontrá-la noutro lugar?
Com você é o mesmo caso. A sua missão especial – que é a descoberta da sua parte divina – não está fora, mas dentro de você. Procure no seu interior. Medite no seu interior. Você saberá a sua missão.
É um privilégio excepcional
Ter a beleza de uma mente serena,
A pureza de um coração amoroso
E
A divindade de uma vida humilde.
Um guerreiro no mundo exterior brilha em sua armadura.
Um guerreiro no mundo interior brilha em sua meditação.
-Sri Chinmoy do livro God’s Hour, Agni Press, 1973.
A Guerra Interior e a Guerra Exterior
… Existem duas guerras, a interior e a exterior. A guerra interior é aquela em que nosso ser interior ou alma luta contra as limitações, ignorância, dúvida e morte. A exterior é aquela em que o o homem luta contra o homem, nação luta contra nação. A questão é: quando e como poderão essas guerras chegar a um fim? A guerra exterior chegará a um fim apenas se a guerra interior acabar primeiro. Isso quer dizer que, quando o ser interior ou alma vence a ignorância, o medo, a dúvida e a morte, então, no mundo exterior, não há mais necessidade de se travar a guerra. Lutamos porque em nosso interior profundo há desarmonia, medo, ansiedade e agressividade. Quando em nosso íntimo houver paz, alegria, plenitude e satisfação, não mais faremos a guerra. A guerra exterior chegará ao fim quando a guerra interior for resolvida. Ambas estão destinadas a acabar, e realmente chegarão ao um fim no curso da evolução humana.
There are many warriors of the inner world, but the main warriors are simplicity, sincerity, purity, aspiration, dedication and surrender. These divine warriors help the seekers discover God. Together they fight against bondage-night and ignorance-day. Their supreme commander is faith. (continua…)
Warriors Of The Inner World, Agni Press, 1976.
Você é um herói-guerreiro
Na vida interior.
É o que descobri.
Como então,
Na vida exterior,
Você é um guerreiro completamente perdido?
Uma pessoa não-aspirante pensa que o desejo imorredouro é a única realidade. Uma pessoa aspirante sente que uma experiência divina é a única realidade (…)
A vida espiritual nunca será uma fuga da realidade. Pelo contrário – a vida espiritual é a aceitação consciente e espontânea da realidade em sua totalidade. Para um buscador epsiritual, a idéia de uma fuga da realidade é o absurdo somado ao impossível, pois espiritualidade e realidade precisam uma da outra para serem supremamente satisfeitas. Sem a alma da realidade, a espiritualidade é mais do que inútil. Sem o alento da espiritualidade, a realidade é mais do que sem sentido. Espiritualidade com realidade representa o choro interior do homem pela perfeita Perfeição. Realidade com espiritualidade representa a Vontade onipotente de Deus para a completa e absoluta manifestação.
A aceitação da vida com uma postura divina não é apenas uma idéia elevada, mas sim o próprio ideal da vida. Esse ideal de vida é realizado, revelado e manifestado através da inspiração alma-elevadora de Deus e da aspiração vida-construidora do homem. Aceitação da vida é o orgulho divino da verdadeira espiritualidade. Viver uma vida espiritual é a nossa única responsabilidade.
Fuga é um pensamento baixo. Ela age como um ladrão, o pior ladrão possível. Ao coração de escuridão tenebrosa, ela recebe fácil e livre acesso. Aquele que indulge na idéia de uma fuga instantânea infalivelmente comete um suicídio lento.
Não, não devemos nunca bater uma fuga covarde. Devemos sempre ser corajosos. Coragem divina é nosso direito de nascimento. Somos os heróis-guerreiros da suprema Realidade, escolhidos para lutar contra a abundante, crescente e ameaçadora noite-ignorância.
Sri Chinmoy
trechos de Beyond Within – a Philosophy for the Inner Life