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A cura para depressão – sintomas, causas, tipos

 

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Busque sempre a ajuda do seu profissional de saúde. Os textos desta página são meramente motivacionais, não substituindo tratamento médico. Se tiver a intenção de utilizar algo daqui, faça-o apenas em consulta com o seu médico e com seu acompanhamento.


Textos traduzidos de Sri Chinmoy

O Amor de Deus: a cura para a depressão

Quando somos atacados por preocupações e ansiedades, temos de sentir que há um antídoto. Quando uma serpente nos morde, tentamos buscar uma cura. Se as preocupações do mundo-pensamento querem entrar em nós e nos atacar, temos de obter o antídoto. O antídoto é sentir interiormente o Amor de Deus por nós.

Amamos Deus, mas não temos certeza se Deus nos ama. Oramos para Deus dizendo: “Ó Deus, conceda-nos isso, satisfaça esse desejo.” Mas o fato de Deus nos amar ou não continua vago. Na verdade, temos de começar com o sentimento de que Ele nos ama infinitamente mais do que amamos nós mesmos. Como é possível para Deus nos amar mais do que nós nos amamos? A resposta é que Deus não duvida de nós como nós duvidamos. Numa certa hora, sentimos que somos muito fortes, como um grande imperador; no momento seguinte, deparamo-nos com uma formiga peçonhenta e morremos de medo. A ansiedade aparece quando há uma separação entre a nossa existência e a existência de Deus. Ela também surge quando não consideramos Deus como parte de nós ou não dizemos “eu sou de Deus, eu sou por Deus.” As preocupações e ansiedades irão embora apenas quando nos identificarmos com algo que tenha paz, serenidade, divindade e o sentimento de unicidade absoluta. Ao nos identificarmos com o Piloto Interior, obtemos a força da sua Luz iluminadora. As preocupações surgem porque nos identificamos com o medo. Se nos identificamos com algo divino, eterno e imortal, naturalmente a essência e qualidades latentes de algo passarão a fazer parte de nós. Preocupando-se todo o tempo ou pensando pensamentos não divinos, nunca seguiremos adiante em direção à nossa meta. Entraremos na divindade apenas ao ter pensamentos positivos: “Eu sou de Deus; eu sou por Deus.” Pensando isso, não haverá preocupações nem ansiedade.

 

Dois tipos de depressão: psíquica e emocional

Há tanto a depressão psíquica quanto a depressão vital. Na depressão psíquica, o indivíduo sente que há tantas coisas que Deus quer que ele faça e que o Próprio Deus tenta manifestar em e através da pessoa, mas a ignorância-mundo não permite que a pessoa manifeste Deus. Você está com seus amigos, e o seu chefe é o Supremo. Esse chefe pediu a você que fizesse algo, e você está tentando, e Ele está tentando em e através de você. Mas há pessoas a seu redor que resistem aos seus esforços. Eles consideram que Deus é o Pai, e Ele as considera Seus filhos, mas esses filhos não são receptivos à Luz de Deus. A depressão psíquica ocorre quando você sabe o que é melhor e, ao mesmo tempo, está incapaz de fazê-lo. Alguns dos seus irmãos e irmãs ao seu redor sabem o que é melhor para eles, mas não querem fazê-lo; não querem mexer um músculo por aquilo. Outros não sabem o que é melhor para si mesmos. Você, no entanto, sabe o que é melhor para si e para eles também, e gostaria de fazê-lo; mas está impedido.

Você sabe o que a verdade é e quer manifestar a verdade. Mas encontra-se incapaz porque as pessoas a seu redor e diante de você não cooperam. O Supremo, o seu Piloto Interior, pressiona-o, e você pressiona si mesmo, mas não adianta. Quando a paz e luz interiores têm dificuldade em vir à tona da maneira que o Supremo deseja, na Hora escolhida por Deus, é que surge a depressão psíquica. Mas a depressão vital (N.d.T: emocional) é algo diferente. A depressão vital vem das exigências insatisfeitas do orgulho, ego e vaidade. Nessa depressão, você gostaria de ter feito algo ou satisfeito algum desejo, mas não conseguiu. Você fica frustrado. A depressão vital surge imediatamente. A depressão psíquica existe num nível infinitamente mais elevado, onde a sua intenção e a intenção de Deus são uma só. Na depressão vital, a sua intenção é o seu desejo, mais isso não tem nada a ver com a Vontade de Deus. Tudo o que há é você e o seu desejo insatisfeito. Deus não participa. Na depressão psíquica, você visionou a Visão de Deus; Deus colocou a Sua Visão diante de você, mas você está incapaz de transformá-La em realidade. Não é por reconhecimento pessoal ou ego que você gostaria de conseguir agir. Nada disso. Você e Deus possuem a mesma aspiração, a mesma visão, a mesma meta, mas ela não está manifestada ainda. A depressão psíquica é o resultado de uma Visão insatisfeita do Supremo em e através de você. É a divindade de Deus que deseja manifestar-se em e através de você, mas ela está sendo atrasada, pois as forças do mundo, as forças-ignorância, estão opondo-se a você. Você e Deus tornaram-se um: uma aspiração, uma alma, um objetivo. Mas a Visão de Deus não é satisfeita. Por isso você sente depressão psíquica.

A cura para a depressão psíquica é render-se abertamente à Vontade de Deus. Aspire devotadamente e constantemente e, então, entregue-se à Vontade de Deus. Você poderá clamar e clamar com devoção, mas, depois da depressão psíquica começar, às vezes você pode querer descansar. Você sente que é um caso sem esperanças e, por isso, o melhor é desistir, render-se – não a Deus, mas à ignorância-mundo. Aconteceu muitas vezes de o indivíduo saber que Deus e ele são um, mas, quando percebe que o Supremo nele tem sempre ficado insatisfeito, ele desiste. Muitos Mestres espirituais e muitos buscadores desistem. Eles tentam junto com Deus, mas, quando sentem que é um caso sem esperanças, eles desistem. Contudo, isso não é bom. É preciso nunca desistir. Deve-se lutar até o fim. Cedo ou tarde, a Vontade de Deus será manifestada em e através de você.

Sri Chinmoy, Four intimate friends: insincerity, impurity, doubt and self-indulgence, Agni Press, 1977

 

Não se deixe perturbar

Pergunta: Quando algo no mundo me perturba, perco toda a minha sinceridade e fico deprimido.

Sri Chinmoy: Saiba que há uma grande diferença entre sinceridade e estupidez. Se alguém contou uma mentira, você deve tentar iluminar essa pessoa. Se um erro foi cometido por alguém, você deve tentar retificar esse erro interiormente ou exteriormente com o oferecimento da sua boa vontade. No seu caso pessoal, a tolice é o que aparece. Quando faz algo errado, você sente que, ao aumentar a sua culpa, você resolverá o problema. Mas essa não é a abordagem correta. Pense sempre na meta, que é perfeição. Você deve trazer a perfeição para a situação.

Se algo errado foi feito, seja por você ou outra pessoa, sinta que tem de oferecer o resultado imediatamente ao Supremo. Você precisa dizer: “Eu estava incapaz (ou: aquela pessoa estava incapaz.). Fomos atacados por forças negativas. Sabemos que fomos atacados e queremos oferecer o nosso erro a Você.” Mas também deve ser consciente e sábio. Uma vez que perceber que está fazendo algo errado, deve parar de fazer essa coisa.

A depressão não é a resposta. Quando você participa de uma prova de corrida e é desqualificado, o que você faz? Você espera por um novo dia e tenta novamente alcançar a meta. Se parar de competir nas provas apenas porque teve uma experiência ruim, nunca alcançará a meta. Uma experiência infeliz não deve ser a experiência final. Considere-a uma nuvem passageira. Você certamente sairá dessa nuvem-ignorância.

Sri Chinmoy, Four intimate friends: insincerity, impurity, doubt and self-indulgence, Agni Press, 1977

 

Causas da depressão

Pergunta: O que causa a depressão?

Sri Chinmoy: A depressão surge quando não queremos viver na verdade, quando consciente ou inconscientemente queremos viver no prazer-ignorância. Esse prazer certamente será acompanhado pela depressão. A depressão é causada pela nossa aceitação da ignorância. Quando aceitamos a ignorância como parte de nós, ficamos deprimidos. Não conseguimos ir além dela. Estamos presos; presos no pequeno eu da ignorância.

Queremos sucesso constante, progresso constante, conquistas constantes e satisfação constante, mas no nosso dia a dia não temos essas coisas. Cada momento é uma oportunidade para nos tornarmos mais um pouco a Luz, Paz, Deleite e Poder de Deus. Contudo, se utilizarmos erroneamente o nosso tempo, imediatamente as forças negativas entrarão em nós. Essa forças negativas são a dúvida, o medo, a ansiedade, a preocupação e a depressão. Quando estamos deprimidos, não podemos esperar mais da Graça e do Amor de Deus; nem podemos esperar simpatia contínua da humanidade. Se estamos deprimidos, um amigo pode vir e nos consolar ou simpatizar conosco; mas o seu consolo não ceifará a raiz da nossa depressão. A única cura para a depressão é a luz.

Temos de saber o que realmente queremos. Se queremos apenas luz, então temos de saber onde a luz está. A luz está na nossa paz de espírito, na tranquilidade do nosso coração. Quando desvelarmos a nossa paz interior, veremos que ela é toda satisfação e conquistas: conquistas e satisfação infinitas no processo de se tornar infinita Realização. Se não desvelarmos a nossa paz interior, estaremos fadados a ser príncipes da escuridão.

Temos de sentir que não somos ignorância, que não representamos ignorância, que não estamos na ignorância e que não somos para a ignorância. Nada disso. Estamos na luz e queremos nos tornar a mais profunda, mais iluminadora luz. Com esse sentimento não haverá depressão. A luz que é o resultado da nossa aspiração imediatamente fará em cinzas a nossa depressão, ou então transformará a nossa depressão numa aspiração constante. Se pudermos nos identificar com a alegria interior espontânea da alma, sempre teremos alegria interior e exterior. Tentemos permanecer na alegria espontânea da alma.

Sri Chinmoy, Four intimate friends: insincerity, impurity, doubt and self-indulgence, Agni Press, 1977

Pergunta: Por que a mente não quer vencer os desejos?

Sri Chinmoy: Porque a mente física está absorvida na consciência física. Está constantemente duvidando de si e dos outros e criando confusão e incerteza por si mesma. A menos e até que ela receba a luz do coração, permanecerá na escuridão da prisão e limitação humana. Infelizmente, essa é a natureza da mente humana.

 

Pergunta: Na psicologia, há um sintoma chamado de maníaco-depressivo, onde a pessoa está primeiro alegre e animada, e depois se torna depressiva. Eu reparei nisso nos discípulos algumas vezes, pois parece ser uma parte da psiquê humana. O que podemos fazer para quebrar esse ciclo?

Sri Chinmoy: O problema com todos os seres humanos é que não estão satisfeitos com uma coisa por mais de cinco minutos. Quando temos algo por cinco minutos, sentimos que somos muito ricos. Em seguida, aquela coisa não nos satisfaz mais, e corremos atrás de algo novo. Sentimos sempre que a grama do vizinho é mais verde. Então vamos até lá e vemos que não é nada verde. Ou podemos ir e ver que o outro lado é realmente verde. Apreciamos esse verde por cinco minutos, mas depois pensamos “Nada disso! Eu estava errado – o outro lado era igualmente verde.” Então voltamos para o lado inicial e não encontramos nada demais. Assim sendo, três ou quatro vezes ao dia estaremos felizes, e três ou quatro vezes estaremos tristes. Ou então estaremos muito felizes num dia e no dia seguinte estaremos deprimidos. Para cima e para baixo, para cima e para baixo! Mas por que deveria haver um “para baixo”? Se estivermos caminhando pela estrada correta e formos andarilhos sinceros, deveremos apenas continuar em frente.

Quando estamos felizes, sentimos que estamos vivendo dentro do nosso coração, dentro da nossa alma. Mas não ficamos satisfeitos lá por mais de cinco minutos. Queremos ir até o vital, até a mente ou até o físico, pois obtemos muita alegria na mudança constante. Assim, consciente ou inconscientemente retornamos ao físico, ao vital e à mente. A mudança é boa quando é uma mudança do bom para o melhor, e do melhor para o melhor de tudo. Se estamos obtendo um pouco de alegria do coração ou da alma, tentamos aumentá-la e intensificá-la. Quando chegar o dia em que estivermos na mais altíssima condição mental, quando estivermos na consciência da alma, não haverá fim para a nossa alegria.

Sabemos o que temos na cozinha e na sala de meditação. Na sala de meditação há incenso, velas e flores. Sentimos muita alegria por causa da nossa inspiração, da nossa sinceridade na vida espiritual. Sabendo o que a sala de meditação pode oferecer, por que deveremos ir até a cozinha e nos depararmos com toda a confusão que há? É porque sentimos que lá também existe alegria. Mas eu gostaria de dizer que a cozinha é o lugar errado para encontrarmos alegria.

Devemos ser como fazendeiros indianos. Um fazendeiro indiano não espera a chuva ou o sol. Ele sente que o seu trabalho é arar o campo. Todos os dias ele vai para o campo e faz a sua tarefa. No nosso caso é igual. Não devemos antecipar altos e baixos. Depois de ficarmos durante um dia numa condição de alegria, no dia seguinte segue uma onda de depressão. Contudo, se vivermos na Luz, se vivermos na Paz divina, isso não acontecerá. Tais coisas acontecem apenas porque ainda não dominamos completamente o nosso vital (N.d.T: emocional) e mente.

 

Indo além dos pensamentos negativos

Pergunta: Eu gostaria de saber como superar pensamentos negativos, tanto durante a meditação como durante as minhas atividades diárias.

Sri Chinmoy: A verdadeira natureza dos pensamentos negativos é roubar, consciente e deliberadamente, a riqueza que nós temos: nossa Alegria, Luz e Amor divinos. Esses são nossos tesouros, porém, a dúvida, o medo e a negatividade são verdadeiros ladrões. Algumas vezes, um ladrão entra no nosso apartamento e rouba coisas, mas somente porque nós negligenciamos e permitimos que isso aconteça. Nós podemos ser vigilantes por dez minutos por dia, durante a nossa meditação, mas, no resto do dia somos totalmente descuidados. Quando entramos nas nossas atividades diárias, não lembramos de ficar atentos aos nossos pensamentos. Nesse momento, não seremos diferentes de todas as pessoas comuns ao nosso redor, que nunca meditaram.

Você pode deixar as dúvidas e os pensamentos negativos de lado, se puder constantemente lembrar da sua meditação. Após meditar, você deve tentar lembrar desses poucos minutos com a maior alegria, afeição e apreço. Deve acalentá-los como objetos de adoração. Durante todas as suas atividades comuns, tente lembrar da sua meditação devotadamente e não esqueça da necessidade de reter uma consciência espiritual ou pensamentos espirituais. Não permita que a sua mente afunde num baixo nível. Se puder manter pensamentos puros e divinos quando não estiver meditando, você terá uma força adicional quando meditar.

Qualquer momento em que a dúvida e os pensamentos negativos vierem, você tem que pará-los imediatamente com os seus pensamentos divinos. Dessa maneira, será capaz de vencer os seus pensamentos negativos. Se seus pensamentos forem puros durante todo o dia, quando meditar, a sua mente já estará pura. Mas se permitir que os seus pensamentos vagueiem no mundo da ignorância e da impureza por quatorze ou dezesseis horas por dia, como pode esperar que seus pensamentos sejam puros na hora da meditação?

 

Como purificar a mente

Pergunta: Como eu posso purificar a minha mente?

Sri Chinmoy: Todos os dias, tente pensar na sua mente como um receptáculo vazio. Quando lida com a mente, se ela estiver vazia, isso significa que você já fez um progresso considerável. Você jogou fora a ignorância, a preocupação, a imperfeição, a limitação e todas as coisas não divinas. Então, o que você fará? Vai preencher este receptáculo vazio com alegria, amor, pureza e todas as qualidades divinas.

Você quer purificar a sua mente. Vai encontrar pureza abundante dentro do coração e da alma. É muito difícil para as pessoas sentirem a alma, mas não é difícil sentir a presença do coração. Quando puder sentir essa presença, mais uma vez você fez progresso. Logo, todo dia medite no coração e tente sentir que ele é composto de nada além do que a pureza. Uma vez que se sinta absolutamente certo de que o seu coração é feito de pureza, todos os dias pegue um pouquinho dela e derrame no receptáculo vazio que é a sua mente.

Outra coisa que pode fazer, é pensar na mente como uma cesta vazia. Tente sentir dentro do seu coração, uma árvore de pureza desabrochando. Todo dia, colha uma flor-pureza da árvore-coração e coloque-a dentro da cesta-mente.

Gradualmente, a cesta encherá até a borda e a mente será preenchida com o aroma de inumeráveis flores-pureza.

Pergunta: Como podemos manter a mente pura quando não estivermos nos concentrando ou meditando?

Sri Chinmoy: A melhor coisa que pode fazer é aprender algumas canções espirituais e cantá-las para si mesmo em silêncio enquanto estiver trabalhando ou dirigindo ou fazendo qualquer coisa que não exija concentração mental. Enquanto estiver cantando em silêncio, a sua mente estará sendo purificada porque a sua alma virá à tona. Quando você cantar, tente sentir que o Supremo está ouvindo. De outra forma, o canto será um mero hábito mecânico. Então, sinta que há um ouvinte – não um ouvinte humano, mas o Próprio Supremo – ouvindo dentro do seu coração. Quando sentir que tem um ouvinte divino, obterá mais inspiração; será sobrecarregado com inspiração ilimitada e alegria interior sem fim. Quando sentir a presença do Supremo no seu coração, Ele o abençoará com a maior alegria e orgulho. Ele fará tudo para transformar, purificar, iluminar e liberar a sua mente.

 

Porque existe a depressão?

A depressão aparece por dois motivos. O primeiro motivo é o vital. Quando você tem uma boa meditação, o vital comum – o vital que quer nome, fama, conquistas exteriores – sente que não será mais alimentado, que irá morrer. A calma que a meditação traz é como um veneno para o vital inquieto. Então a paciência é de importância fundamental, pois a paciência faz com que o vital sinta que a sua existência não está sendo ameaçada.

Há outro motivo para o surgimento da depressão. O coração traz a partir da alma a mensagem de que você irá muito longe, que você alcançará a sua meta final nesta vida ou na próxima. O ser por completo se torna um com a luz que o coração está trazendo da alma. Olhando adiante, você percebe que tudo está ensolarado. Mas, ao olhar para o seu estado atual, você percebe que trata-se de um tempo nublado, chuvoso. Então aparece a depressão. Você sente um enorme abismo entre a sua situação atual e o objetivo, que está bastante longe. As suas possibilidades enquadram a verdade altíssima, a realização mais elevada. Mas a sua realidade atual é completamente diferente! Possibilidades e realidade parecem tão divergentes que naturalmente a depressão ocorre.

Superando a depressão

Veja também:

A melhor forma de superar a depressão é meditar todos os dias de manhã cedo, mas sem esperar coisa alguma da sua meditação. Você precisa apenas dar a sua atenção consciente à sua meditação. Considere a meditação uma criança. Você oferece o seu cuidado, o seu amor e afeição a ela, mas não espera nada em troca. De maneira similar, ofereça à sua meditação o seu amor e cuidado. Não espere nada. Apenas dê o que você tem. Se puder dar sem esperar, chegará o dia em que a sua meditação lhe trará todas as qualidades divinas.

Sri Chinmoy, Four intimate friends: insincerity, impurity, doubt and self-indulgence, Agni Press, 1977

Uma vez que comecemos a ter experiências interiores verdadeiras, não haverá necessidade de resolver nenhum problema com a psicologia ou a filosofia. Psicologia, filosofia e outras maneiras mentais de explicar as coisas, são simplesmente falíveis e inúteis. Quando temos nossas próprias experiências interiores, podemos ver a verdade, com a luz da espiritualidade, que é o Alento de Deus. Antes disso, se vivemos no mundo humano, nós temos que usar a mente, temos que usar a psicologia ou nunca conseguiremos nem mesmo uma satisfação parcial. Para alívio temporário, podemos nos abrigar na mente. Mas para soluções permanentes, temos que obter a iluminação espiritual.

Pergunta: Como iluminar a depressão?

Sri Chinmoy: Trazendo à tona a Luz de dentro de você. Quando medita na Luz, a Luz vem, seja de cima ou de dentro do coração e, com isso, vem a Alegria e a Paz divinas.

Pergunta: Qual é a participação da mente em transcender os desejos e paixões?

Sri Chinmoy: Para ser totalmente franco, a mente nunca quer vencer ou transcender os desejos. A mente já é um depósito de todos os tipos de desejos e sua porta está sempre escancarada para desejos novos. Se você quer vencer os desejos, deve usar a sua aspiração e entrar na sua alma. Se sente que a sua mente vai ter aspiração, está enganado. Concentre-se no seu coração e a partir dele, tente entrar na alma. Primeiro tente se identificar com o seu coração e ele o levará para a sua alma. Então, a luz abundante e efulgente que reside na alma, irá espontaneamente fluir dela para o coração e dele para a mente.

Quando a mente estiver iluminada por esta luz, irá perder todo o interesse nos desejos terrenos. Somente trazendo a luz da alma para a mente através do coração, você será capaz de livrá-la dos desejos.

Você precisa ir além da mente, o qual é muito difícil, ou prestar toda a atenção ao seu coração que aspira. O coração que aspira não é o que está próximo à região vital. O vital está próximo ao umbigo. O coração que aspira está localizado mais acima, no centro do peito. Se você não puder elevar a sua consciência para o verdadeiro coração, será uma vítima constante de desejos.

Qual a melhor forma de superar a depressão?

Sri Chinmoy: Quando você estiver deprimido, tente sentir conscientemente que se forçou a carregar um fardo enorme nos seus ombros. Sinta que é um corredor, e que há uma meta para você. Você tem que correr em direção a esse objetivo. Quanto mais rápido correr, mais cedo chegará até a meta. Agora, se você colocar de forma consciente e deliberada algo pesado sobre os seus ombros, naturalmente, sua velocidade será muito lenta. Não seja tolo. Você entrou para essa corrida. A corrida não é competir com os outros, mas sim competir com si mesmo e contra as forças não divinas da depressão, dúvida, medo, inveja e todas as outras forças negativas.

Quando a depressão entra na sua mente ou vital, sinta que há uma carga pesada nos seus ombros. Naturalmente, você irá querer se livrar dela, pois quer correr com velocidade. Você a descartará, a deixará de lado, e então correrá em direção ao seu objetivo destinado tão rápido quanto puder.

 

Meditação e depressão: os nossos cursos

A meditação segundo o Bhagavad Gita

mestre meditando jvilleA meditação no Bhagavad Gita – traduzido ao português

 

No capítulo seis do Bhagavad Gita, Sri Krishna ensina a Arjuna como praticar a meditação. Segue abaixo o capítulo inteiro, traduzido ao português a partir da versão em inglês de Sri Aurobindo.

Se quiser ler mais sobre o Bhagavad Gita ou a prática de Meditação podemos recomendar os dois livros de Sri Chinmoy nos links, em versões impressa, pdf e áudio, além de participar presencialmente.

 

A postura mental para meditação

6.10- Que o Yogin* pratique continuamente a união com o Eu, sentado sozinho e afastado, com todos os desejos e ideias de posse banidas da sua mente, autocontrolado em todo o seu ser e consciência.

*N.d.T: Os cabeçalhos são nossa inserção, para facilitar a leitura/navegação. O uso do termo Yoga (LINK) remonta à palavra União, e não aos exercícios físicos praticados nas modalidades de hatha yoga. Yogin é o praticante, o aspirante a essa Yoga de União com o divino.

 

O local para meditar

6.11-12- Ele deve preparar num lugar puro o seu assento firme, nem muito alto e nem muito baixo, coberto com um tecido, com uma pele de cervo, com ervas sagradas, e ali sentado com uma mente concentrada e com as ações da consciência mental e dos sentidos sob controle, ele deve praticar Yoga para a autopurificação.

 

A postura física correta para meditar

6.13-14- Mantendo o corpo, cabeça e pescoço eretos, imóvel, com sua visão internalizada e fixada entre as sobrancelhas, (…), mente calma e liberta do medo, observado o voto de Brahmacharya*, a integralidade da mentalidade controlada direcionada a Mim, ele deve sentar-se firme no Yoga, completamente entregue a Mim.

*N.d.T: Abstinência sexual, física e mental, entre outras práticas. Literalmente: “Conhecedor da conduta que leva a Deus”

 

O resultado da prática meditativa

6.15- Assim, sempre colocando-se em Yoga pelo controle da mente, o Yogin alcança a paz suprema do Nirvana, que tem a Mim como fundação.

 

Moderação nos hábitos e serenidade na forma de enxergar

6.16- Este Yoga não é para aquele que come demais ou dorme demais, nem é para aquele que abdica do sono e alimento, Ó Arjuna.

6.17- O Yoga destrói toda a tristeza para aquele cujo sono e vigília, alimento, ações, esforços são todos em medida correta.

 

A mente silenciosa

6.18- Quando a consciência mental integral e perfeitamente controlada e livre de anseios por coisas agradáveis permanece silente no Eu, diz-se: “ele está em Yoga.”

6.19- Imóvel como a luz de uma lamparina num local sem vento é a consciência do Yogin que pratica união com o Eu.

 

O objeto da meditação

6.20- Aquilo em que a mente fica silente e imóvel pela prática de Yoga; aquilo em quem o Eu é visto no Eu pelo Eu (e não o que é visto, mal traduzido, falsamente ou parcialmente pela mente e representado a nós através do ego, mas sim autopercebido pelo Eu), nele a alma está satisfeita;

6.21- Aquilo em que a alma conhece o seu próprio e incrível deleite, que é percebido pela inteligência e está além dos sentidos, onde estabelecida não mais pode cair da verdade espiritual do seu ser;

6.22- Aquilo em que obtido não considera outro ganho maior; aquilo em que estabelecido não é perturbado pelo maior dos ataques de tristeza mental;

6.23- Aquilo deve ser conhecido pelo nome de Yoga – a libertação da associação com a dor e tristeza. Esse Yoga deve ser continuamente aplicado com um coração livre de desânimo e depressão.

 

Controlando a mente para meditar

6.24-25- Abandonando sem exceção todos os desejos nascidos na vontade-desejo e controlando todos os sentidos pela mente, de forma que não possam correr para todos os lados, deve-se gradualmente recolher-se na tranquilidade através de um buddhi controlado por constância e, fixando-se a mente no Eu, não deve-se pensar em qualquer coisa.

6.26- Por qualquer coisa que a mente inquieta e inconstante perambule, daquilo ela deve ser restringida a acessar e trazida de volta ao subjugar do Eu.

6.27- Quando a mente está completamente silenciada, vem ao Yogin a altíssima intocada, purificada bem-aventurança da alma que se tornou o Brahman.*

*Deus, o Absoluto

 

A bem-aventurança do Divino

6.28- Assim liberto da mácula da paixão e colocando-se constantemente em Yoga, o Yogin facilmente e alegremente desfruta do toque do Brahman que é deleite inefável.

6.29- Com sua visão equalizada para tudo, o homem cujo eu está em Yoga vê o Eu em todos os seres e todos os seres no Eu.

6.30- Aquele que vê a Mim em todo lugar e vê tudo em Mim, ele nunca Me perde, nem ele se perde de Mim.

6.31- O Yogin que sustenta-se na unicidade e ama a Mim em todos os seres, de qualquer maneira que ele agir e viver, vive e age em Mim.*

((trecho do comentário de Sri Aurobindo na sua tradução): A visão espiritual de Deus e do mundo não é apenas uma idealização, e nem mesmo é principalmente ou inicialmente idealização. Ela é uma experiência direta e tão real, vívida, próxima, constante, efetiva e íntima quanto a visão que a mente possui através dos sentidos das imagens, objetos e pessoas….)

6.32- Ó Arjuna, aquele que enxerga com equanimidade tudo na imagem do Eu, seja tristeza ou felicidade; ele eu considero o Supremo Yogin.

 

A inquietação e o controle da mente

6.33- Arjuna disse: esse Yoga que foi por Você declarado sobre a natureza da equanimidade, Ó Madhusudana, nele não vejo fundação estável por conta da inquietação.

6.34- De fato inquieta é a mente, Ó Krishna; ela é veemente, forte e difícil de curvar; considero-a tão difícil de controlar quanto o vento.

6.35- O Divino Senhor disse: Sem dúvidas, Ó Kaunteya de braços fortes, a mente é inquieta e muito difícil de controlar, mas ela pode ser controlada através de prática constante e desapego.

6.36- Por aquele que não é autocontrolado, esse Yoga é difícil de alcançar; mas para o autocontrolado, é alcançável por esforços propriamente direcionados; tal é a minha visão.

 

Desistindo no meio do caminho

6.37- Arjuna disse: Aquele que toma o Yoga com fé, mas não consegue controlar-se, com sua mente vagando para longe do Yoga, fracassando em alcançar perfeição no Yoga, qual é o seu fim, Ó Krishna?

6.38- Ele não perde, Ó Krishna de braços fortes, a sua vida e a consciência brâhmica a que aspira e, caindo de ambos, falece como uma nuvem dispersando-se?

6.39- Peço-lhe que disperse esta minha dúvida completamente, Ó Krishna; pois ninguém além de Você pode destruir essa dúvida.

 

O futuro do buscador

6.40- O Divino Senhor disse: Ó Partha, nem nesta vida e nem na próxima haverá destruição para ele; nunca alguém que pratica o bem, Ó querido, vem a sofrer.

6.41- Tendo alcançado os mundos daqueles que têm retidão e habitado lá por anos a fio, aquele que cai do Yoga nasce novamente na família dos puros e gloriosos.

6.42- Ou então pode nascer na família de sábios Yogins; tal nascimento é de certo raro de se obter neste mundo.

6.43- Portanto, Ó alegria dos Kurus, ele recupera a disposição búdica* que tinha alcançado na vida passado e com ela continua a se esforçar pela perfeição.

*N.d.T: buddhi, dentre possíveis traduções, pode ser vista como ‘consciência interior’

6.44- Pela virtude da paciência do passado, ele é carregado inexoravelmente; mesmo o buscador do Yoga vai além do alcance dos Vedas e Upanishads.

 

A meta altíssima

6.45- O Yogin que se esforça com assiduidade, purificado dos pecados, aperfeiçoando-se através de muitas vidas, alcança a meta altíssima.

6.46- O Yogin é maior que os praticantes de asceticismo, maior que os homens de conhecimento, maior que os homens de ação; torne-se o Yogin, então, Ó Arjuna.

6.47- De todos os Yogins, aquele que com todo o seu ser interior entregou-se a Mim, tem amor por Mim e fé em Mim, considero ele o mais unido Comigo em Yoga.

Um diário espiritual para escrever todos os dias

diario livroInspirados nos ensinamentos de Sri Chinmoy, organizamos um formato de diário para auxiliá-lo no seu progresso interior.

 

 

Como usar o seu diário-coração

Preencha o local onde está, o dia da semana, e a data a cada dia na primeira linha. 

De manhã cedo, concentre-se no seu Coração por um minuto, sentindo-se grato. Escreva então um ou mais motivos para ser grato no diário. Coisas que lembrem você de sentir gratidão a Deus, gratidão ao ser humano, à sua busca, à sua percepção de si, às suas realizações interiores, do seu próprio jeito.

Escreva também coisas que pretende realizar ou posturas a adotar hoje que tornarão esse um dia de muito progresso e inspiração.

Se quiser, você pode também decorar a mensagem que há no cabeçalho da página. Tente recitá-la ou lembrar dela algumas vezes durante o seu dia; tente vivê-la.

À noite, por um minuto concentre-se em gratidão no seu coração. Pense em boas qualidades que enxerga em si mesmo e que viu no seu dia, e escreva-as no diário.

Escreva também as experiências significativas que teve, coisas da sua vida interior, coisas que um dia podem lembrar você de que está fazendo progresso constante na sua vida. Ou até mesmo uma frase que leu ou sensação que gostaria de lembrar para sempre.

Ao final, caso esse dia tenha sido memorável de uma forma especial, anote-o na página final do livro com os “dias extraordinários”. Esse será um índice que você cria com os acontecimentos principais que anotou no seu diário. Quando estiver precisando de uma inspiração ou força positiva no seu dia, basta você ir até essa página e lá encontrará os dias mais inspiradores do seu ano. Ao ler como esses dias foram, você voltará a se sentir repleto de esperança e gratidão.

 

O meu diário

Nas primeiras horas da aurora,

Nas tardias horas da noite,

Eu escrevo o meu diário.

O meu diário só abriga uma palavra:

Gratidão.

Gratidão à Compaixão de Deus,

Gratidão ao serviço do homem,

Gratidão à busca pela minha auto-transcendência,

Gratidão ao meu auto-questionamento,

Gratidão à minha descoberta-Deus.

– Sri Chinmoy (em tradução)

The Dance of Life, part 6, Agni Press, 1973

Audiobook – download gratuito mp3 – A Aventura da Vida, por Sri Chinmoy

yoga livro

Disponibilizamos gratuitamente a gravação do audiobook do livro A Aventura da Vida em mp3

 

Capítulos do livro Yoga, meditação e a arte de viver: A Aventura da Vida

  1. Liberdade e paz
  2. O que é yoga?
  3. Yoga e a vida material
  4. O caminho e os passos do yoga
  5. Religião, espiritualidade e yoga
  6. Deus e os mundos superiores
  7. Chakras, poder oculto e kundalini yoga
  8. Mestres verdadeiros e mestres falsos
  9. Espiritualidade e sociedade
  10. O fim do mundo, forças malignas e a origem da humanidade
  11. Meditação
  12. Alimentação, saúde e esporte
  13. Vida familiar
  14. Meditação no trabalho

Yoga e Meditação

Por Adriano Passini

Atualmente a palavra yoga está muito difundida em nossa sociedade, porém, as vezes me pergunto se o verdadeiro significado dessa palavra é compreendido. A palavra yoga significa união com Deus, é uma palavra proveniente do sânscrito, uma língua antiga da Índia. De acordo com Sri Chinmoy, essa união, acrescida da aspiração, disciplina, dedicação e outras muitas qualidades da vida espiritual, levarão o buscador a comunhão completa com Deus, ou como preferir, iluminação ou Deus-realização, termo muito utilizado por Sri Chinmoy.

Existem vários tipos de Yoga, dentre elas as mais famosas são: Karma yoga, que é o serviço dedicado à Deus, Bhakti yoga, que é a devoção à Deus, e Jnana yoga, que é a yoga do conhecimento. Segundo Sri Chinmoy, Sri Aurobindo, que foi o seu mestre espiritual, uniu esses tipos de yoga e criou a Integral yoga, que em resumo, seria a prática de todas essas yogas como um método mais rápido e eficiente para se alcançar a união com Deus.

Mas a yoga mais praticada que tanto ouvimos falar é a Hatha yoga, que nada mais é que uma preparação para a meditação. Hatha yoga são uma série de técnicas de concentração, respiração e exercícios físicos. No caminho de Sri Chinmoy, nós não estudamos este tipo de yoga, não que ele não seja adequado, longe disso, mas porque nós utilizamos outros tipos de atividade física como parte da nossa disciplina e auto-transcendência, tais como: corrida, natação e ciclismo, normalmente aplicados a eventos de longa distância.

A prática de esportes em nosso caminho, nos leva ao benefício de boa forma física e capacidade de superação de nossos limites, é como se fosse um “convencimento” para a nossa mente, que somos capazes de realizar feitos que nem sonhávamos antes de iniciar a prática da meditação. Isto é, podemos dizer que o meio em que nos preparamos para a meditação compatível com a Hatha yoga são os esportes. Porém, o mais adequado é que o buscador se sinta bem com o que ele faz. Se a Hatha yoga lhe traz bons benefícios, então deve ser praticada.

Segundo Sri Chinmoy, se alguém quer ir além, muito além em medida infinita, se quiser conhecer a verdadeira paz e felicidade, então não será através da atividade física e nem da Hatha yoga. O buscador espiritual deverá rezar e meditar de forma intensa com muita disciplina e superar as dificuldades e as qualidade não-divinas, tais como: medo, ansiedade, impureza, dúvida, orgulho, etc.. Portanto, os esportes e a Hatha yoga serão apenas mecanismos para facilitar esse aprendizado espiritual.

Segredos da meditação para crianças

Sete segredos da meditação para crianças

por Patanga Cordeiro, baseado nos ensinamentos de Sri Chinmoy sobre meditação para crianças.

 

  • Imagine que o seu coração é um jardim cheio de flores e que você está lá dentro, brincando no jardim com todas as coisas bonitas que existem lá. Isso é uma meditação.

 

  • Você pode conversar com o seu Mestre, se tiver um (seja Buda, Jesus, Sri Chinmoy ou outro) – conte tudo o que estiver pensando para ele, todas as coisas boas, todas as coisas que não são boas, como está a sua escola, o que você gosta de fazer, como você ama seus pais e professores… O Mestre é uma criança da mesma idade que você, então ele entende tudo que você conta para ele. Você pode fazer isso olhando para a foto, durante a meditação ou mesmo durante o dia, na escola ou em casa. Isso também é uma meditação.

 

  • Você pode ler um texto que seja espiritual que goste várias vezes, em voz alta ou em voz baixa. Leia várias e várias vezes! Se fizer com atenção, também vale como meditação. Você também pode pedir para os seus pais lerem histórias espirituais para você.

 

  • Quando quiser ver Deus, olhe para o espelho e sorria! Não é brincadeira! Faça isso todos os dias!

 

  • Você pode fazer mantras junto com a sua respiração. Por exemplo, vamos fazer “Supreme”, que é um dos nomes de Deus, como se fosse o apelido favorite Dele. Quando puxar o ar, imagine que está dizendo “Suuuuuuuu….”. Quando soltar o ar, imagine que está dizendo “preeeeeeeeeeeme…”. Tente respirar bem devagar e repita 7 vezes ou mais.

 

  • Quando for meditar por um minuto antes de comer, sair de casa, andar de carro, etc, olhe para a figura do seu Mestre e respire sete vezes, bem devagar. Basta olhar e contar sete respirações longas. Você pode fazer o exercício acima, com o mantra Supreme, se quiser.

 

  • Durante o dia, lembre-se de sentir felicidade e gratidão ao mesmo tempo! Feliz e grato pela sua escola, pelos seus pais, pelos seus amigos, pela sua casa. Sinta-se alegre e grata a Deus e aos seus pais e a todas as pessoas.

 

E, se você é adulto… por que não tentar também?

Julho/2018 – Concerto gratuito de música para inspiração em Curitiba, Rio de Janeiro, Niterói e São Paulo

Songs of the soul

Julho/2018 – Concerto gratuito de música para inspiração em Curitiba, Rio de Janeiro, Niterói e São Paulo

Songs of the Soul é uma jornada musical de concertos sempre gratuitos realizados ao redor do mundo. Inspirados pela música e dedicação de Sri Chinmoy, essa prática de auto-doação pela paz e pelo despertar interior segue sua tradição desde seu início em 2008. Desde então, já foram realizados 208 concertos em mais de 130 cidades e 40 países.

Confira as fotos e vídeos de concertos anteriores realizados em outros países.

Chegou a vez do Brasil!

A jornada passará pelo Brasil e realizará concertos nas cidades de São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro e Niterói. Ficamos felizes em participar deste evento e convidamos você para desfrutar conosco dessa alegria e deleite em ouvir as músicas da alma.

 

Datas e locais dos concertos:

São Paulo: 9 de julho

Teatro Sergio Cardoso , R. Rui Barbosa, 153 – Bela Vista

 

Curitiba: 11 de julho

 Teatro Guairinha, Rua Quinze de Novembro, 971 – Centro

 

Rio de Janeiro: 13 de julho

Teatro Maison de France , Avenida Presidente Antônio Carlos, 58 – Centro

 

Niterói: 14 de julho

Teatro Municipal de Niterói , Rua Quinze de Novembro 35 (em frente ao Plaza Shopping) – Centro


O evento é gratuito, conforme a tradição dos concertos e os ensinamentos de Sri Chinmoy. Sendo assim, a entrada será por ordem de chegada. Portanto, recomendamos fortemente que cheguem com antecedência para garantir o seu lugar no teatro.

Os concertos são sempre organizados pelos Centros Sri Chinmoy locais e nos dedicamos para trazer para você esta manifestação inspiradora. Venha e convide seus amigos e familiares e, se quiser, divulgue para que mais pessoas possam aproveitar essa oportunidade única que foi trazida para pertinho de nós.

Confira também a lista completa por onde nossos músicos já passaram.

Se tiver alguma dúvida, entre em contato com a gente.

Te esperamos lá,

Sri Chinmoy Centre Brasil.

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Yoga para iniciantes

yoga para iniciantes

Começando no yoga – yoga para iniciantes

por Patanga Cordeiro

Os oito passos do yoga

oito passos no sadhana ou disciplina espiritual: Yama, Niyama, Asana, Pranayama, Pratyahara, Dharana, Dhyana e Samadhi. Yama é autocontrole e abstinência moral; Niyama é a manutenção rigorosa de uma conduta e caráter; Asana são posturas físicas para tranquilizar o corpo e torná-lo um instrumento receptivo; Pranayama é a respiração sistemática para acalmar e ajudar a controlar a mente; Pratyahara é o afastamento da vida dos sentidos; Dharana é a fixação da consciência em Deus; Dhyana é meditação; e Samadhi é o transe, a união absoluta da consciência individual com a Consciência universal.

 

É preciso iniciar no (hatha) yoga?

No entanto, você não PRECISA começar pelos primeiros passos. O que acontece é que todos temos uma parte desses primeiros passos já desenvolvida. Yama e Niyama são virtudes morais. O próximo passo é desenvolver virtude física, ou seja, uma certa receptividade no físico.

É aí que entra a Hatha Yoga, que são os exercícios para principiantes no Yoga, que trazem uma tranquilidade e serenidade ao corpo, mente e emoções dos iniciantes.

A meditação, que é Dharana, Dhyana e Samadhi, vem por sobre a base criada no físico.

 

Qual é o valor do yoga?

Ou seja, o nosso objetivo é Dharana e Dhyana – as posturas físicas, chamadas de ásanas, servem para facilitar a meditação. É muito comum haver uma inversão – um pouco de meditação depois de uma hora de ásanas.

 

Como um iniciante, como posso começar a praticar yoga?

Na sua prática diária, para uma pessoa iniciante no yoga que consegue se concentrar um pouco por cinco minutos, talvez o melhor seja inverter: praticar alguns minutos de Hatha Yoga (asanas) por dia, e dedicar uma hora à meditação. Essa hora pode e deve ser dividida durante o dia. Talvez comece com 5-10 minutos de manhã cedo, mais 5-10 à noite, mas, com a prática, poderá chegar rapidamente a 20-30 minutos de manhã cedo e à noite novamente.

 

Meditação e maratonas – autotranscendência nos esportes

por Juliana

Minha história nos esportes

Quando criança e adolescente eu era a última a ser escolhida para as equipes de educação física. Eu tinha muito medo da bola. Naquela época, não havia incentivo da família ou mesmo amigos que tivessem amor pelos esportes, que servissem de inspiração. Quando me tornei adulta, acabei priorizando a vida profissional e não sobravam tempo e energia para os esportes. E assim se passaram 35 anos. Sempre começando a fazer academia e parando após 1 ou 2 meses de pouca assiduidade.

 

Como comecei a treinar para a maratona

Em setembro de 2017, conheci o centro de meditação Sri Chinmoy, que me ensinou a meditar e me apresentou um caminho para a autotranscendência. Uma das dicas que aprendemos no curso de meditação fornecido pelo centro, é que para uma boa meditação a prática de esportes é um dos itens de grande importância. O professor indicou a corrida, pois é um esporte que não custa, precisamos apenas de um tênis e vontade. Como não estava me sentindo satisfeita com a minha vida, meus hábitos e desejava algo a mais, decidi que faria tudo que me fosse recomendado, tentaria fazer diferente. Em uma das aulas nos foi apresentado um documentário sobre uma senhora, que corria por aproximadamente 60 dias, o dia inteiro, em uma prova de rua organizada pelo centro internacional Sri Chinmoy. Fiquei impressionada, como isso seria possível? Os médicos dizem que é impossível! Foi super inspirador e me senti na obrigação de correr pelo menos por duas horas no dia seguinte. Mas, como eu não costumava fazer exercícios, consegui correr por 5 minutos direto (foi um super desafio) e caminhei por mais 25 minutos, porque o professor havia recomendado pelo menos 30 minutos de exercícios diários. No dia seguinte, consegui 10 minutos, depois 15 minutos e assim sucessivamente até chegar nos 40 minutos totalizando 5 km de corrida sem intervalos. Quando fiz os 5 km, me senti muito feliz, como se algumas barreiras mentais tivessem desmoronado, eu nunca antes pensei em correr. Foi uma experiência bem especial! Continuei correndo. Como ainda não tinha o hábito de correr, as vezes era bem difícil sair de casa para isso. No início, costumava ir 1 ou 2 vezes por semana para uma praça próxima à minha casa.

Foi um desafio estabelecer a rotina, mas com a meditação começamos a nos perceber, nos conhecer e sentimos com mais clareza o que está acontecendo dentro nós. E percebi que quando corria meu dia era bem melhor! Na minha turma tinha uma colega muito especial, que é minha amiga hoje, que começou a correr muito, a fazer exercícios, e ela me inspirou a continuar e intensificar os treinamentos. O professor e os colegas que já participam do centro de meditação há algum tempo, na sua maioria, são maratonistas e ultramaratonistas, muitas mulheres e pessoas acima dos 60 anos (são muito inspiradores e isso me incentivou). Com o tempo os 5km passaram para 7km, depois para 9km. Estava me sentindo muito bem. Após quatro meses, havia conseguido estabelecer uma rotina de exercícios, resolvi fazer academia para fortalecer os músculos e percebi que desta vez seria diferente, não sentia que iria desistir, pelo contrário, o sentimento era bem diferente.

Em fevereiro, soubemos que aconteceria a Maratona Internacional de São Paulo, em abril, com várias modalidades de prova, então, pensei em fazer a prova dos 24 km, o que seria um grande desafio! Mas um colega do centro, que é ultramaratonista, me incentivou a fazer a maratona e eu, sem pensar, aceitei! No dia seguinte consegui correr 15 km. Foi incrível. Naquele momento percebi que poderia facilmente correr os 24 km, tornando a maratona o grande objetivo, o grande desafio. Bom, eu tinha dois meses para treinar. Meu marido faz provas e correu algumas meia-maratonas nos últimos 4 anos. Mas ele nunca pensou em fazer uma maratona, pois sabe o quanto a maratona exige do corpo e da mente. Quando eu disse para ele que iria fazer uma maratona, ele que conhece meu histórico com esportes e sabe como é uma meia-maratona, disse: – você está louca!

Peguei um treino com o colega que me inspirou a fazer a maratona, peguei dicas com o professor que é ultramaratonista também e com os demais colegas. Fiz os treinos, mas não exatamente como haviam me passado, mas me exercitei quase todos os dias.

 

Como foi a experiência de correr a maratona

Enfim chegou o grande dia, 08/04/2018. Acordei as 4h da madrugada, meditei e fomos. Estava me sentindo muito feliz e grata. Logo no início encontramos um idoso de 98 anos de idade que ia fazer a prova de 8km, foi uma grande inspiração, na sequência, encontrei com uma senhora de 68 anos, que é ultramaratonista e que iria correr por 12 horas na próxima semana, super inspiradora! Quando cheguei aos 21km meu corpo já estava doendo bastante, no 24km encontrei um senhor de 65 anos que estava ajudando, apoiando e incentivando a todos que passavam por ele, um verdadeiro um anjo, que me deu energia para continuar. Ele estava andando, porque estava lesionado, mas estava andando muito rápido. No quilômetro 30 percebi que já havia superado minhas expectativas e que terminaria a prova nem que fosse andando ou me arrastando. Meus amigos estavam muito à frente de mim, algo que percebi por conta das enormes curvas da USP. As pernas estavam muito pesadas, as ruas já estavam ficando bem vazias, a maioria das pessoas não estava mais correndo, mas apenas andando, e isso estava me influenciando. Como eu andava de hora em hora para tomar meu suplemento alimentar, encontrei novamente com o senhor anjo (falei que ele anda rápido né?) Ele apareceu no momento em que eu estava precisando, já estava bem esgotada fisicamente, me incentivou muito e eu continuei. Estava no quilômetro 36. Neste momento a dor se foi, comecei a correr como se estivesse começando a correr naquele momento, foi incrível, a dor foi embora e o cansaço também. Até que encontrei uma amiga, que estava muito à frente de mim, ela estava muito esgotada, seguimos juntas correndo até o quilômetro 40, quando voltamos a andar até que outro anjo aparecesse e nos acompanhasse até a linha de chegada.

 

A meditação nas maratonas

Percebi o quanto eu havia me transformado com a meditação e que sem ela eu, definitivamente, não teria conseguido fazer a maratona. Durante todo o percurso não duvidei, não senti medo, não permiti que a dor me dominasse. Pela primeira vez na vida, percebi que tinha o controle da minha mente e que, com isso, nós podemos tudo. Nos identificamos com a mente e temos a impressão de que ela detém a verdade absoluta. Neste processo, desde a decisão de fazer a maratona, sinto que, por meditar, não dei ouvidos as pessoas que tinham medo ou colocaram restrições que me impossibilitassem de fazer a maratona. Não duvidei de mim. Tive energia e força para treinar e foi tudo tão natural, espontâneo, diariamente fazia a meditação e limpava minha mente, a cada dia uma nova oportunidade de superação.

Senti que a maratona é um treino para a vida de quem busca se superar. Se você quer evoluir, a dor é inevitável, mas o sofrimento é uma escolha (frase famosa que antes não fazia nenhum sentido para mim). Na maratona, se você quer concluir o percurso e se superar, não há outra alternativa, senão superar a dor e seguir em frente.

 

Maratona e o dia a dia

Em dado momento, você percebe que o resultado da sua vida é de sua responsabilidade, se você não fizer o que tem de ser feito, ninguém pode fazer por você. Na vida de evolução é assim, nos apropriamos da responsabilidade pelos resultados da nossa vida, se a nossa vida não está boa, é nossa responsabilidade. Como na maratona, é com você, só você pode ultrapassar a linha de chegada.

Percebemos que os melhores amigos são aqueles que acreditam neles mesmos, se eles acreditam neles, eles acreditam em você, e, por consequência, eles irão te motivar a seguir em frente, irão acreditar em você e te empurrarão para cima. Como na maratona, os anjos que apareceram, eles sabem da própria capacidade e por isso, sabem da sua capacidade também.

Na vida, como seres humanos, nosso propósito também é passar à frente o que aprendemos e o que ganhamos. Após a prova, a minha amiga, aquela que finalizou a prova comigo, me falou que eu tornei os últimos quilômetros mais leves para ela, não sinto que fiz nada demais, mas fiquei emocionada porque durante a prova eu também contei com a ajuda de algumas pessoas, me sinto muito grata, apenas por transmitir o que recebi, isso também dá sentindo a nossa vida.

Por fim, o mais importante, na vida como na maratona, o controle da mente faz com que consigamos ultrapassar as barreiras do que é racional. Nosso mestre, Sri Chinmoy disse: “ Como pode a sua vida ficar satisfeita com pequenas realidades, se o seu coração tem grandes sonhos”. Com a meditação, nos autoconhecemos, nos fortalecemos e expandimos nossa capacidade. A mente nos limita, o coração nos expande. Durante a maratona foquei no meu coração, como faço durante a meditação. Com gratidão tive a força que precisava para seguir em frente e concluir a prova. Foi uma lição de vida, algo transformador.

Resumindo, eu consegui fazer a maratona e se você quiser, você consegue!