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Busque sempre a ajuda do seu profissional de saúde. Os textos desta página são meramente motivacionais, não substituindo tratamento médico. Se tiver a intenção de utilizar algo daqui, faça-o apenas em consulta com o seu médico e com seu acompanhamento.


Textos traduzidos de Sri Chinmoy

O Amor de Deus: a cura para a depressão

Quando somos atacados por preocupações e ansiedades, temos de sentir que há um antídoto. Quando uma serpente nos morde, tentamos buscar uma cura. Se as preocupações do mundo-pensamento querem entrar em nós e nos atacar, temos de obter o antídoto. O antídoto é sentir interiormente o Amor de Deus por nós.

Amamos Deus, mas não temos certeza se Deus nos ama. Oramos para Deus dizendo: “Ó Deus, conceda-nos isso, satisfaça esse desejo.” Mas o fato de Deus nos amar ou não continua vago. Na verdade, temos de começar com o sentimento de que Ele nos ama infinitamente mais do que amamos nós mesmos. Como é possível para Deus nos amar mais do que nós nos amamos? A resposta é que Deus não duvida de nós como nós duvidamos. Numa certa hora, sentimos que somos muito fortes, como um grande imperador; no momento seguinte, deparamo-nos com uma formiga peçonhenta e morremos de medo. A ansiedade aparece quando há uma separação entre a nossa existência e a existência de Deus. Ela também surge quando não consideramos Deus como parte de nós ou não dizemos “eu sou de Deus, eu sou por Deus.” As preocupações e ansiedades irão embora apenas quando nos identificarmos com algo que tenha paz, serenidade, divindade e o sentimento de unicidade absoluta. Ao nos identificarmos com o Piloto Interior, obtemos a força da sua Luz iluminadora. As preocupações surgem porque nos identificamos com o medo. Se nos identificamos com algo divino, eterno e imortal, naturalmente a essência e qualidades latentes de algo passarão a fazer parte de nós. Preocupando-se todo o tempo ou pensando pensamentos não divinos, nunca seguiremos adiante em direção à nossa meta. Entraremos na divindade apenas ao ter pensamentos positivos: “Eu sou de Deus; eu sou por Deus.” Pensando isso, não haverá preocupações nem ansiedade.

 

Dois tipos de depressão: psíquica e emocional

Há tanto a depressão psíquica quanto a depressão vital. Na depressão psíquica, o indivíduo sente que há tantas coisas que Deus quer que ele faça e que o Próprio Deus tenta manifestar em e através da pessoa, mas a ignorância-mundo não permite que a pessoa manifeste Deus. Você está com seus amigos, e o seu chefe é o Supremo. Esse chefe pediu a você que fizesse algo, e você está tentando, e Ele está tentando em e através de você. Mas há pessoas a seu redor que resistem aos seus esforços. Eles consideram que Deus é o Pai, e Ele as considera Seus filhos, mas esses filhos não são receptivos à Luz de Deus. A depressão psíquica ocorre quando você sabe o que é melhor e, ao mesmo tempo, está incapaz de fazê-lo. Alguns dos seus irmãos e irmãs ao seu redor sabem o que é melhor para eles, mas não querem fazê-lo; não querem mexer um músculo por aquilo. Outros não sabem o que é melhor para si mesmos. Você, no entanto, sabe o que é melhor para si e para eles também, e gostaria de fazê-lo; mas está impedido.

Você sabe o que a verdade é e quer manifestar a verdade. Mas encontra-se incapaz porque as pessoas a seu redor e diante de você não cooperam. O Supremo, o seu Piloto Interior, pressiona-o, e você pressiona si mesmo, mas não adianta. Quando a paz e luz interiores têm dificuldade em vir à tona da maneira que o Supremo deseja, na Hora escolhida por Deus, é que surge a depressão psíquica. Mas a depressão vital (N.d.T: emocional) é algo diferente. A depressão vital vem das exigências insatisfeitas do orgulho, ego e vaidade. Nessa depressão, você gostaria de ter feito algo ou satisfeito algum desejo, mas não conseguiu. Você fica frustrado. A depressão vital surge imediatamente. A depressão psíquica existe num nível infinitamente mais elevado, onde a sua intenção e a intenção de Deus são uma só. Na depressão vital, a sua intenção é o seu desejo, mais isso não tem nada a ver com a Vontade de Deus. Tudo o que há é você e o seu desejo insatisfeito. Deus não participa. Na depressão psíquica, você visionou a Visão de Deus; Deus colocou a Sua Visão diante de você, mas você está incapaz de transformá-La em realidade. Não é por reconhecimento pessoal ou ego que você gostaria de conseguir agir. Nada disso. Você e Deus possuem a mesma aspiração, a mesma visão, a mesma meta, mas ela não está manifestada ainda. A depressão psíquica é o resultado de uma Visão insatisfeita do Supremo em e através de você. É a divindade de Deus que deseja manifestar-se em e através de você, mas ela está sendo atrasada, pois as forças do mundo, as forças-ignorância, estão opondo-se a você. Você e Deus tornaram-se um: uma aspiração, uma alma, um objetivo. Mas a Visão de Deus não é satisfeita. Por isso você sente depressão psíquica.

A cura para a depressão psíquica é render-se abertamente à Vontade de Deus. Aspire devotadamente e constantemente e, então, entregue-se à Vontade de Deus. Você poderá clamar e clamar com devoção, mas, depois da depressão psíquica começar, às vezes você pode querer descansar. Você sente que é um caso sem esperanças e, por isso, o melhor é desistir, render-se – não a Deus, mas à ignorância-mundo. Aconteceu muitas vezes de o indivíduo saber que Deus e ele são um, mas, quando percebe que o Supremo nele tem sempre ficado insatisfeito, ele desiste. Muitos Mestres espirituais e muitos buscadores desistem. Eles tentam junto com Deus, mas, quando sentem que é um caso sem esperanças, eles desistem. Contudo, isso não é bom. É preciso nunca desistir. Deve-se lutar até o fim. Cedo ou tarde, a Vontade de Deus será manifestada em e através de você.

Sri Chinmoy, Four intimate friends: insincerity, impurity, doubt and self-indulgence, Agni Press, 1977

 

Não se deixe perturbar

Pergunta: Quando algo no mundo me perturba, perco toda a minha sinceridade e fico deprimido.

Sri Chinmoy: Saiba que há uma grande diferença entre sinceridade e estupidez. Se alguém contou uma mentira, você deve tentar iluminar essa pessoa. Se um erro foi cometido por alguém, você deve tentar retificar esse erro interiormente ou exteriormente com o oferecimento da sua boa vontade. No seu caso pessoal, a tolice é o que aparece. Quando faz algo errado, você sente que, ao aumentar a sua culpa, você resolverá o problema. Mas essa não é a abordagem correta. Pense sempre na meta, que é perfeição. Você deve trazer a perfeição para a situação.

Se algo errado foi feito, seja por você ou outra pessoa, sinta que tem de oferecer o resultado imediatamente ao Supremo. Você precisa dizer: “Eu estava incapaz (ou: aquela pessoa estava incapaz.). Fomos atacados por forças negativas. Sabemos que fomos atacados e queremos oferecer o nosso erro a Você.” Mas também deve ser consciente e sábio. Uma vez que perceber que está fazendo algo errado, deve parar de fazer essa coisa.

A depressão não é a resposta. Quando você participa de uma prova de corrida e é desqualificado, o que você faz? Você espera por um novo dia e tenta novamente alcançar a meta. Se parar de competir nas provas apenas porque teve uma experiência ruim, nunca alcançará a meta. Uma experiência infeliz não deve ser a experiência final. Considere-a uma nuvem passageira. Você certamente sairá dessa nuvem-ignorância.

Sri Chinmoy, Four intimate friends: insincerity, impurity, doubt and self-indulgence, Agni Press, 1977

 

Causas da depressão

Pergunta: O que causa a depressão?

Sri Chinmoy: A depressão surge quando não queremos viver na verdade, quando consciente ou inconscientemente queremos viver no prazer-ignorância. Esse prazer certamente será acompanhado pela depressão. A depressão é causada pela nossa aceitação da ignorância. Quando aceitamos a ignorância como parte de nós, ficamos deprimidos. Não conseguimos ir além dela. Estamos presos; presos no pequeno eu da ignorância.

Queremos sucesso constante, progresso constante, conquistas constantes e satisfação constante, mas no nosso dia a dia não temos essas coisas. Cada momento é uma oportunidade para nos tornarmos mais um pouco a Luz, Paz, Deleite e Poder de Deus. Contudo, se utilizarmos erroneamente o nosso tempo, imediatamente as forças negativas entrarão em nós. Essa forças negativas são a dúvida, o medo, a ansiedade, a preocupação e a depressão. Quando estamos deprimidos, não podemos esperar mais da Graça e do Amor de Deus; nem podemos esperar simpatia contínua da humanidade. Se estamos deprimidos, um amigo pode vir e nos consolar ou simpatizar conosco; mas o seu consolo não ceifará a raiz da nossa depressão. A única cura para a depressão é a luz.

Temos de saber o que realmente queremos. Se queremos apenas luz, então temos de saber onde a luz está. A luz está na nossa paz de espírito, na tranquilidade do nosso coração. Quando desvelarmos a nossa paz interior, veremos que ela é toda satisfação e conquistas: conquistas e satisfação infinitas no processo de se tornar infinita Realização. Se não desvelarmos a nossa paz interior, estaremos fadados a ser príncipes da escuridão.

Temos de sentir que não somos ignorância, que não representamos ignorância, que não estamos na ignorância e que não somos para a ignorância. Nada disso. Estamos na luz e queremos nos tornar a mais profunda, mais iluminadora luz. Com esse sentimento não haverá depressão. A luz que é o resultado da nossa aspiração imediatamente fará em cinzas a nossa depressão, ou então transformará a nossa depressão numa aspiração constante. Se pudermos nos identificar com a alegria interior espontânea da alma, sempre teremos alegria interior e exterior. Tentemos permanecer na alegria espontânea da alma.

Sri Chinmoy, Four intimate friends: insincerity, impurity, doubt and self-indulgence, Agni Press, 1977

Pergunta: Por que a mente não quer vencer os desejos?

Sri Chinmoy: Porque a mente física está absorvida na consciência física. Está constantemente duvidando de si e dos outros e criando confusão e incerteza por si mesma. A menos e até que ela receba a luz do coração, permanecerá na escuridão da prisão e limitação humana. Infelizmente, essa é a natureza da mente humana.

 

Pergunta: Na psicologia, há um sintoma chamado de maníaco-depressivo, onde a pessoa está primeiro alegre e animada, e depois se torna depressiva. Eu reparei nisso nos discípulos algumas vezes, pois parece ser uma parte da psiquê humana. O que podemos fazer para quebrar esse ciclo?

Sri Chinmoy: O problema com todos os seres humanos é que não estão satisfeitos com uma coisa por mais de cinco minutos. Quando temos algo por cinco minutos, sentimos que somos muito ricos. Em seguida, aquela coisa não nos satisfaz mais, e corremos atrás de algo novo. Sentimos sempre que a grama do vizinho é mais verde. Então vamos até lá e vemos que não é nada verde. Ou podemos ir e ver que o outro lado é realmente verde. Apreciamos esse verde por cinco minutos, mas depois pensamos “Nada disso! Eu estava errado – o outro lado era igualmente verde.” Então voltamos para o lado inicial e não encontramos nada demais. Assim sendo, três ou quatro vezes ao dia estaremos felizes, e três ou quatro vezes estaremos tristes. Ou então estaremos muito felizes num dia e no dia seguinte estaremos deprimidos. Para cima e para baixo, para cima e para baixo! Mas por que deveria haver um “para baixo”? Se estivermos caminhando pela estrada correta e formos andarilhos sinceros, deveremos apenas continuar em frente.

Quando estamos felizes, sentimos que estamos vivendo dentro do nosso coração, dentro da nossa alma. Mas não ficamos satisfeitos lá por mais de cinco minutos. Queremos ir até o vital, até a mente ou até o físico, pois obtemos muita alegria na mudança constante. Assim, consciente ou inconscientemente retornamos ao físico, ao vital e à mente. A mudança é boa quando é uma mudança do bom para o melhor, e do melhor para o melhor de tudo. Se estamos obtendo um pouco de alegria do coração ou da alma, tentamos aumentá-la e intensificá-la. Quando chegar o dia em que estivermos na mais altíssima condição mental, quando estivermos na consciência da alma, não haverá fim para a nossa alegria.

Sabemos o que temos na cozinha e na sala de meditação. Na sala de meditação há incenso, velas e flores. Sentimos muita alegria por causa da nossa inspiração, da nossa sinceridade na vida espiritual. Sabendo o que a sala de meditação pode oferecer, por que deveremos ir até a cozinha e nos depararmos com toda a confusão que há? É porque sentimos que lá também existe alegria. Mas eu gostaria de dizer que a cozinha é o lugar errado para encontrarmos alegria.

Devemos ser como fazendeiros indianos. Um fazendeiro indiano não espera a chuva ou o sol. Ele sente que o seu trabalho é arar o campo. Todos os dias ele vai para o campo e faz a sua tarefa. No nosso caso é igual. Não devemos antecipar altos e baixos. Depois de ficarmos durante um dia numa condição de alegria, no dia seguinte segue uma onda de depressão. Contudo, se vivermos na Luz, se vivermos na Paz divina, isso não acontecerá. Tais coisas acontecem apenas porque ainda não dominamos completamente o nosso vital (N.d.T: emocional) e mente.

 

Indo além dos pensamentos negativos

Pergunta: Eu gostaria de saber como superar pensamentos negativos, tanto durante a meditação como durante as minhas atividades diárias.

Sri Chinmoy: A verdadeira natureza dos pensamentos negativos é roubar, consciente e deliberadamente, a riqueza que nós temos: nossa Alegria, Luz e Amor divinos. Esses são nossos tesouros, porém, a dúvida, o medo e a negatividade são verdadeiros ladrões. Algumas vezes, um ladrão entra no nosso apartamento e rouba coisas, mas somente porque nós negligenciamos e permitimos que isso aconteça. Nós podemos ser vigilantes por dez minutos por dia, durante a nossa meditação, mas, no resto do dia somos totalmente descuidados. Quando entramos nas nossas atividades diárias, não lembramos de ficar atentos aos nossos pensamentos. Nesse momento, não seremos diferentes de todas as pessoas comuns ao nosso redor, que nunca meditaram.

Você pode deixar as dúvidas e os pensamentos negativos de lado, se puder constantemente lembrar da sua meditação. Após meditar, você deve tentar lembrar desses poucos minutos com a maior alegria, afeição e apreço. Deve acalentá-los como objetos de adoração. Durante todas as suas atividades comuns, tente lembrar da sua meditação devotadamente e não esqueça da necessidade de reter uma consciência espiritual ou pensamentos espirituais. Não permita que a sua mente afunde num baixo nível. Se puder manter pensamentos puros e divinos quando não estiver meditando, você terá uma força adicional quando meditar.

Qualquer momento em que a dúvida e os pensamentos negativos vierem, você tem que pará-los imediatamente com os seus pensamentos divinos. Dessa maneira, será capaz de vencer os seus pensamentos negativos. Se seus pensamentos forem puros durante todo o dia, quando meditar, a sua mente já estará pura. Mas se permitir que os seus pensamentos vagueiem no mundo da ignorância e da impureza por quatorze ou dezesseis horas por dia, como pode esperar que seus pensamentos sejam puros na hora da meditação?

 

Como purificar a mente

Pergunta: Como eu posso purificar a minha mente?

Sri Chinmoy: Todos os dias, tente pensar na sua mente como um receptáculo vazio. Quando lida com a mente, se ela estiver vazia, isso significa que você já fez um progresso considerável. Você jogou fora a ignorância, a preocupação, a imperfeição, a limitação e todas as coisas não divinas. Então, o que você fará? Vai preencher este receptáculo vazio com alegria, amor, pureza e todas as qualidades divinas.

Você quer purificar a sua mente. Vai encontrar pureza abundante dentro do coração e da alma. É muito difícil para as pessoas sentirem a alma, mas não é difícil sentir a presença do coração. Quando puder sentir essa presença, mais uma vez você fez progresso. Logo, todo dia medite no coração e tente sentir que ele é composto de nada além do que a pureza. Uma vez que se sinta absolutamente certo de que o seu coração é feito de pureza, todos os dias pegue um pouquinho dela e derrame no receptáculo vazio que é a sua mente.

Outra coisa que pode fazer, é pensar na mente como uma cesta vazia. Tente sentir dentro do seu coração, uma árvore de pureza desabrochando. Todo dia, colha uma flor-pureza da árvore-coração e coloque-a dentro da cesta-mente.

Gradualmente, a cesta encherá até a borda e a mente será preenchida com o aroma de inumeráveis flores-pureza.

Pergunta: Como podemos manter a mente pura quando não estivermos nos concentrando ou meditando?

Sri Chinmoy: A melhor coisa que pode fazer é aprender algumas canções espirituais e cantá-las para si mesmo em silêncio enquanto estiver trabalhando ou dirigindo ou fazendo qualquer coisa que não exija concentração mental. Enquanto estiver cantando em silêncio, a sua mente estará sendo purificada porque a sua alma virá à tona. Quando você cantar, tente sentir que o Supremo está ouvindo. De outra forma, o canto será um mero hábito mecânico. Então, sinta que há um ouvinte – não um ouvinte humano, mas o Próprio Supremo – ouvindo dentro do seu coração. Quando sentir que tem um ouvinte divino, obterá mais inspiração; será sobrecarregado com inspiração ilimitada e alegria interior sem fim. Quando sentir a presença do Supremo no seu coração, Ele o abençoará com a maior alegria e orgulho. Ele fará tudo para transformar, purificar, iluminar e liberar a sua mente.

 

Porque existe a depressão?

A depressão aparece por dois motivos. O primeiro motivo é o vital. Quando você tem uma boa meditação, o vital comum – o vital que quer nome, fama, conquistas exteriores – sente que não será mais alimentado, que irá morrer. A calma que a meditação traz é como um veneno para o vital inquieto. Então a paciência é de importância fundamental, pois a paciência faz com que o vital sinta que a sua existência não está sendo ameaçada.

Há outro motivo para o surgimento da depressão. O coração traz a partir da alma a mensagem de que você irá muito longe, que você alcançará a sua meta final nesta vida ou na próxima. O ser por completo se torna um com a luz que o coração está trazendo da alma. Olhando adiante, você percebe que tudo está ensolarado. Mas, ao olhar para o seu estado atual, você percebe que trata-se de um tempo nublado, chuvoso. Então aparece a depressão. Você sente um enorme abismo entre a sua situação atual e o objetivo, que está bastante longe. As suas possibilidades enquadram a verdade altíssima, a realização mais elevada. Mas a sua realidade atual é completamente diferente! Possibilidades e realidade parecem tão divergentes que naturalmente a depressão ocorre.

Superando a depressão

Veja também:

A melhor forma de superar a depressão é meditar todos os dias de manhã cedo, mas sem esperar coisa alguma da sua meditação. Você precisa apenas dar a sua atenção consciente à sua meditação. Considere a meditação uma criança. Você oferece o seu cuidado, o seu amor e afeição a ela, mas não espera nada em troca. De maneira similar, ofereça à sua meditação o seu amor e cuidado. Não espere nada. Apenas dê o que você tem. Se puder dar sem esperar, chegará o dia em que a sua meditação lhe trará todas as qualidades divinas.

Sri Chinmoy, Four intimate friends: insincerity, impurity, doubt and self-indulgence, Agni Press, 1977

Uma vez que comecemos a ter experiências interiores verdadeiras, não haverá necessidade de resolver nenhum problema com a psicologia ou a filosofia. Psicologia, filosofia e outras maneiras mentais de explicar as coisas, são simplesmente falíveis e inúteis. Quando temos nossas próprias experiências interiores, podemos ver a verdade, com a luz da espiritualidade, que é o Alento de Deus. Antes disso, se vivemos no mundo humano, nós temos que usar a mente, temos que usar a psicologia ou nunca conseguiremos nem mesmo uma satisfação parcial. Para alívio temporário, podemos nos abrigar na mente. Mas para soluções permanentes, temos que obter a iluminação espiritual.

Pergunta: Como iluminar a depressão?

Sri Chinmoy: Trazendo à tona a Luz de dentro de você. Quando medita na Luz, a Luz vem, seja de cima ou de dentro do coração e, com isso, vem a Alegria e a Paz divinas.

Pergunta: Qual é a participação da mente em transcender os desejos e paixões?

Sri Chinmoy: Para ser totalmente franco, a mente nunca quer vencer ou transcender os desejos. A mente já é um depósito de todos os tipos de desejos e sua porta está sempre escancarada para desejos novos. Se você quer vencer os desejos, deve usar a sua aspiração e entrar na sua alma. Se sente que a sua mente vai ter aspiração, está enganado. Concentre-se no seu coração e a partir dele, tente entrar na alma. Primeiro tente se identificar com o seu coração e ele o levará para a sua alma. Então, a luz abundante e efulgente que reside na alma, irá espontaneamente fluir dela para o coração e dele para a mente.

Quando a mente estiver iluminada por esta luz, irá perder todo o interesse nos desejos terrenos. Somente trazendo a luz da alma para a mente através do coração, você será capaz de livrá-la dos desejos.

Você precisa ir além da mente, o qual é muito difícil, ou prestar toda a atenção ao seu coração que aspira. O coração que aspira não é o que está próximo à região vital. O vital está próximo ao umbigo. O coração que aspira está localizado mais acima, no centro do peito. Se você não puder elevar a sua consciência para o verdadeiro coração, será uma vítima constante de desejos.

Qual a melhor forma de superar a depressão?

Sri Chinmoy: Quando você estiver deprimido, tente sentir conscientemente que se forçou a carregar um fardo enorme nos seus ombros. Sinta que é um corredor, e que há uma meta para você. Você tem que correr em direção a esse objetivo. Quanto mais rápido correr, mais cedo chegará até a meta. Agora, se você colocar de forma consciente e deliberada algo pesado sobre os seus ombros, naturalmente, sua velocidade será muito lenta. Não seja tolo. Você entrou para essa corrida. A corrida não é competir com os outros, mas sim competir com si mesmo e contra as forças não divinas da depressão, dúvida, medo, inveja e todas as outras forças negativas.

Quando a depressão entra na sua mente ou vital, sinta que há uma carga pesada nos seus ombros. Naturalmente, você irá querer se livrar dela, pois quer correr com velocidade. Você a descartará, a deixará de lado, e então correrá em direção ao seu objetivo destinado tão rápido quanto puder.

 

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