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textos de Sri Chinmoy

comentários e história ao fim por Patanga Cordeiro

Zen e meditação (ou Zazen)

Zen e Zazen: a iluminação já está dentro de você

meditar porto portugalSe está buscando a iluminação, saiba que a iluminação já está dentro de você. Ao praticar o Zen, você traz essa iluminação à tona. O que está no interior irá um dia vir à tona, isso é certo. Deus está dentro de nós, mas não O vemos, não O sentimos. Ao praticar espiritualidade, Yoga, trazermos Ele à tona e tentamos vê-Lo e sentir a Sua presença em todas as nossas variadas atividades. No mundo interior, já possuímos tudo, mas na nossa vida exterior ainda não conseguimos ser capazes de trazer isso à tona. No mundo interior temos Paz, Luz e Deleite em medida abundante. No mundo interior temos iluminação; na nossa vida exterior, não. Assim, quando pratica o Zen ou segue qualquer outro caminho, saiba que é o despertar interior, a realidade interior, que você está tentando trazer à tona.

Sri Chinmoy, Self-discovery and world-mastery, Agni Press, 1976

 

Satori ou iluminação no Zen

No ponto mais alto do zen há algo chamado de satori, ou iluminação. Antes da iluminação há uma escuridão de um lado e uma luz do outro, e nós estamos entre as duas coisas. No entanto, se nos abrigarmos na iluminação, a nossa própria fulgência interior abraçará e abrangirá o mundo inteiro. Vivemos na ignorância por milênios, mas, uma vez que a iluminação acontece, não existe mais ignorância alguma em nós. Tudo é luz e nos tornamos um com a Visão do Absoluto. A maior dádiva no Zen é a iluminação – a mais elevada, tudo-iluminadora, tudo-preenchedora iluminação.

  

O método de disciplina Zazen e Yoga

O processo Zen exige uma disciplina rigorosa, quase militar. Já o processo de yoga é a tranquilidade baseada na confiança. É como a confiança de uma criança, advinda da sua unicidade com seu pai e sua mãe. Uma criança não possui sequer um centavo, mas, caso seu pai seja muito rico, ela também se sentirá muito rica. Mesmo que agora não tenha nem mesmo um dólar, ela sabe que em alguns anos será capaz de utilizar todas as riquezas do seu pai. O que quer que o pai tenha, ela corretamente e legitimamente considera como sua. Se o pai tem um carro, a criança sente que é o carro dela. Ela não pensa que é o carro do pai ou que pertence à sua família. Ela dirá aos seus amigos: “Vejam, esse é o meu carro.” Ela está absolutamente certa por conta da sua unicidade. Quando estiver mais velha, ela sabe que dirigirá esse carro. No processo de yoga, você sente que Deus é seu, que Ele o ama, e que você O ama. Porque você sente a sua unicidade com Ele, você sabe que, quando chegar a hora, Ele lhe dará tudo o que tem e é.

No caminho do Zen, você tem de se preparar. Se seguir uma disciplina rigorosa e fizer uma certa coisa, então terá um resultado; se não, não terá. No Zen, tudo é um esforço pessoal, um esforço pessoal. No yoga acreditamos na Graça. Sentimos que o Pai irá mostrar a Sua Afeição, Amor e Compaixão, e que a criança irá responder com amor, devoção, entrega e gratidão. No Zen, primeiro você tem de se tornar algo, e apenas então você merecerá receber alguma coisa, que é iluminação. E para se tornar algo será preciso ter uma disciplina rigorosa.

Sri Chinmoy, My Meditation-Service at the United Nations for 25 Years, Agni Press, 1995

 

Objetivos do zazen e yoga

Eu toco a água e imediatamente sinto a consciência da água. Toco uma parede e sinto a consciência da parede. E, se eu tocar os pés de um santo, imediatamente sentirei a consciência do santo. Isso é Yoga: unicidade, unicidade, unicidade. Mas não é preciso tocar qualquer coisa. Simplesmente através da identificação você consegue obter a consciência da pessoa que é um santo, que possui iluminação. No processo Zen, você obtém o que o santo tem ao se concentrar no que você busca. O processo no Yoga é se identificar com a meta. Mas a meta que alcança ao se concentrar no Zen e a meta que eu alcanço ao me identificar com alguém é a mesma.

Há um ótimo professor de Zen em Rochester chamado Philip Kapleau. Ele é meu amigo e uma grande autoridade sobre o Zen. Ele escreveu um livro chamado “Os Três Pilares do Zen”. Se tiver interesse, você pode aprender com ele. Ou, se tiver interesse em vir nas nossas meditações nas terças se sextas aqui [N.d.T: refere-se às Nações Unidas], poderá ver o que se obtém da nossa meditação. Se vier, certamente sentirá algo.

Mas não estou de forma alguma tentando afastá-lo do Zen – longe disso. Consideremos a meditação uma loja e o Zen, outra. Se entrar numa loja, haverá certos itens que poderão agradá-lo. Basicamente, as duas lojas oferecem a mesma coisa: o amor pela Verdade. Você entra numa loja e vê que ela tem o que você precisa. Na outra loja também há a mesma coisa. Você é quem decide de que loja você quer obter aquilo de que precisa.

Sri Chinmoy, Flame-Waves, part 9, Agni Press, 1978

 

Budismo e o Zen Budismo

A raiz é o hinduísmo. Do hinduísmo veio o budismo, e do budismo surgiu o zen. Vejamos o hinduísmo como o avô, o budismo como o pai, e o zen como o filho. Vejamos o hinduísmo como uma religião, ou uma forma de autodisciplina que um dia nos fará sentir ilimitada alegria, paz e amor. Quando pensamos no budismo, o aspecto-compaixão da realidade é o que surge na nossa mente. O mundo precisa muito de compaixão. Com a nossa compaixão mútua podemos existir juntos na terra. No zen, o importante é a percepção. Temos de ser completamente, conscientemente e constantemente cientes do que estamos fazendo, do que estamos vendo e no que estamos nos tornando. Durante a meditação, teremos ciência disso; durante as refeições, teremos ciência disso; conversando com um amigo, teremos ciência disso também.

No ponto mais alto do zen há algo chamado de satori, ou iluminação. Antes da iluminação há uma escuridão de um lado e uma luz do outro, e nós estamos entre as duas coisas. No entanto, se nos abrigarmos na iluminação, a nossa própria fulgência interior abraçará e abrangirá o mundo inteiro. Vivemos na ignorância por milênios, mas, uma vez que a iluminação acontece, não existe mais ignorância alguma em nós. Tudo é luz e nos tornamos um com a Visão do Absoluto. A maior dádiva no Zen é a iluminação – a mais elevada, tudo-iluminadora, tudo-preenchedora iluminação.

O hinduísmo se baseia no yoga. Yoga é uma palavra do sânscrito que quer dizer unicidade. Quando seguimos os ensinamentos do hinduísmo, seguimos a canção da unicidade. Se alguém sofre, nos tornamos completamente, inseparavelmente um com o seu sofrimento. Se alguém está no sétimo céu de deleite, nos tornamos um com ele no sétimo céu de deleite.

A meta do yoga, ou do hinduísmo, é se tornar um com Deus. Quando nos tornamos um com Deus, não apenas alcançamos a iluminação, como na verdade nos tornamos a iluminação. Nos tornamos um com a infinita Luz de Deus. Na nossa constante unicidade com o que Deus é, com o que Deus nos ofereceu e com o que Deus irá nos oferecer, nos tornamos perfeitos. Nos tornamos Seus instrumentos perfeitos, para revelar e manifestar o Altíssimo na terra. Yoga é unicidade e perfeição, e zen é iluminação e libertação.

Sri Chinmoy, My Meditation-Service at the United Nations for 25 Years, Agni Press, 1995

 

Chakras e a prática do zazen

(Sri Chinmoy fala em conversa com um praticante:)

Temos seis centros espirituais no corpo. Você está se concentrando no Centro que é chamado de manipura. Esse é o centro a que se costuma dar importância na prática do zen. De acordo com os ensinamentos espirituais da Índia, desse centro pode-se obter energia dinâmica. Se utilizar essa energia divina para um propósito divino, você cria. Se a utilizar para um propósito agressivo, você destrói.

Se quiser controlar seus pensamentos, concentre-se no centro que fica entre as sobrancelhas. Se ficar muito rígido e a sua concentração for intensa, não se concentre aqui por mais do que dois minutos. Caso contrário, ficará exausto no começo. Ao se concentrar no chakra do coração, você terá paz, amor e alegria. Ao entrar no coração, tente ouvir o som cósmico, o som sem som. Se trouxer amor, alegria, paz e deleite do coração até o chakra entre as sobrancelhas, verá que não há pensamentos lá.

O coração é o lugar mais seguro para se concentrar e meditar. Fazendo isso, automaticamente encontrará purificação, pois dentro do coração está a alma, e a alma é uma com o Infinito. Daqui se obtém tudo.

De acordo com o zen budismo, o chakra do umbigo deve ser aberto primeiro. Já, rigorosamente de acordo com o sistema hinduísta da vida espiritual, esse chakra não deve ser aberto até que o chakra do coração seja aberto. Se o chakra do umbigo for aberto antes do coração, o vital impuro mais baixo entrará no coração e destruirá todo o seu potencial espiritual. Os mestres zen dizem que ao se concentrar e abrir os centros inferiores se dá a purificação. Mas eu sinto que é melhor primeiro abrir o coração. Se então quiser subir, você sobre; se quiser descer, você desce. É nisso que os meus ensinamentos diferem da prática do Zen.

Sri Chinmoy, Occultism and mysticism, Agni Press, 1977

Tanto no zen quanto em outros caminhos, cada professor é qualificado para falar sobre o seu respectivo caminho. Eu não comparo se um é melhor que outro, ou julgo qualquer caminho, pois não estou autorizado ou qualificado para fazê-lo.

Sri Chinmoy, The soul’s evolution, Agni Press, 1976

A montanha: um ditado zen

Há um ditado zen que diz que, antes de estudar Zen, as montanhas são montanhas. Depois de ingressar na prática do Zen, as montanhas não mais são montanhas. E, finalmente, quando se obtém a iluminação, as montanhas voltam a ser montanhas. Podemos dizer que as montanhas são as dificuldades que encontramos quando entramos para a vida espiritual. Depois de um tempo, vemos que essas montanhas de dificuldades podem ser facilmente atravessadas. São como nuvens que passam, com o sol interior destinado a reaparecer. Por fim, quando realizamos o Altíssimo, vemos que as montanhas de dificuldades que encontramos previamente foram transformadas em montanhas de oportunidades – oportunidades para progresso, conquistas e um maior despertar na sempre-transcendente experiência da Realidade altíssima. As dificuldades se tornaram oportunidades a nos levar para o sempre-transcendente Além.

Sri Chinmoy, The oneness of the Eastern heart and the Western mind, part 2, Agni Press, 2004

 

Uma história do mestre zen Hyakujo

O mestre zen chinês Hyakujo costumava trabalhar duro junto com seus discípulos, mesmo com seus oitenta anos de idade. Ele costumava podar as árvores, limpar o chão, cuidar do jardim, etc. Seus discípulos estavam muito chocados com todo esse esforço. Eles sabiam que não adiantaria nada sugerir a ele que parasse de trabalhar, pois ele não lhes daria ouvidos. Então tiveram uma ideia brilhante. Eles esconderam suas ferramentas. E o mestre cumpriu o seu papel. Ele parou de comer. Isso se sucedeu por vários dias. Os discípulos descobriram porque ele não estava comendo, e devolveram as suas ferramentas. Com um sorriso, ele pegou seu equipamento e exclamou: “Sem trabalho, sem comida!”. Ele voltou a comer normalmente.

Sri Chinmoy, Mahatma Gandhi: the heart of life, Agni Press, 1994

 

Agradando o divino: um Koan Zen

O que você pode fazer para me agradar ao máximo? Agradar-me ao máximo. Responderei agora como um professor zen. Os professores zen responderiam a sua questão desta forma, com um koan. Você me pergunta como pode me agradar ao máximo, e eu digo “Agradando-me ao máximo”. Como você pode me agradar ao máximo? Agradando-me ao máximo.

Não tentar, mas fazer. Essa é a resposta. Não deve haver “como”, não deve haver pergunta. “Estou fazendo” é o que deve haver. Não diga “quero fazer,” ou “irei fazer.” Apenas faça. Se você não puder dizer “eu fiz”, que, infelizmente, é algo que está uns centímetros distante da realidade, diga “estou fazendo.”

Sri Chinmoy, Ten Divine Secrets, Agni Press, 1987

 

A pureza do mestre zen

do livro As Asas da Alegria

Cedo ou tarde, ou no futuro longínquo, você será destinado a presenciar a purificação de sua vida. Se no curso dessa transformação as pessoas não compreenderem ou apreciarem sua vida de pureza, não dê ouvidos às suas críticas. Vemos que até mesmo um Mestre espiritual verdadeiro, sendo a própria encarnação da alva pureza, pode se tornar alvo de críticas do mundo ignorante.

Era uma vez um Mestre Zen, muito puro e iluminado. Perto do lugar em que vivia, uma loja de alimentos havia sido construída. O dono do estabelecimento tinha uma filha que era bela e solteira. Certo dia, ela descobriu que logo seria mãe. Os pais dela se enfureceram. Eles queriam saber quem era o pai, mas a moça não revelou o nome. Após muito repreendê-la e atormentá-la, ela disse que era o Mestre Zen. Os pais acreditaram e correram até ele, insultando-o com uma língua afiadíssima. O Mestre Zen disse: “Verdade?” Tal foi o seu único comentário.

Quando do nascimento da criança, os avós deixaram o bebê com o Mestre. Ele aceitou a criança e cuidou dela. Sua reputação já se havia arruinado, e o Mestre era alvo de chacota. Dias tornaram-se semanas, semanas somaram meses e meses viram-se anos. Mas na vida humana existe algo chamado consciência, e a moça era continuamente torturada por sua própria consciência. Um dia, ela contou aos seus pais o nome do verdadeiro pai da criança, um trabalhador no mercado de peixe. Novamente, os pais lançaram-se em fúria. Ao mesmo tempo, a tristeza e humilhação fustigavam a casa. Correndo para o Mestre Zen, os pais da moça pediram o seu perdão, narrando a história toda e levando a criança de volta. Seu único comentário foi: “É verdade?”

O mundo pode não entender ou apreciar a pureza, mas se a Mãe-Terra for lar para uma única alma de pureza, sua alegria não conhecerá limites. Ela dirá: “Aqui, enfim, há uma alma em que posso confiar.”

 

O mestre e a cigarra: uma história zen

Recontado do livro Night Boat, um romance sobre o mestre zen Hakuin, de Alan Spence

Um mestre zen estava observando uma cigarra que estava trocando de pele. Ela já havia se libertado da maior parte da casca antiga, restando apenas uma asa presa ainda. O mestre ficou tomado de compaixão e ajudou a cigarra, tirando a pele seca da asa esquerda.

No entanto, a cigarra não conseguia bater a asa esquerda para voar e só ficou caminhando sem rumo pelo chão do templo.

Então ele entendeu que tinha feito um grande desfavor ao inseto. A cigarra precisava passar por aquele esforço e sair sozinha da antiga casca, ou então não teria força em suas asas suficiente para voar.

  

Exercícios de concentração e meditação no estilo Zazen

Do livro 222 Técnicas de meditação, de Sri Chinmoy

 

O ponto preto na parede – três abordagens

Se quiser alcançar uma concentração extraordinária, por favor, tente esses exercícios.

Cavando um buraco | Coloque-se bem em frente a uma parede e ponha um ponto nela, bem ao nível do seu terceiro olho [o centro espiritual entre as sobrancelhas]. Deverá ser um ponto preto; você não deve usar nenhuma outra cor. Então olhe para o ponto. Primeiro, olhe com os olhos bem abertos e, então, gradualmente, gradualmente, feche os olhos, mas não totalmente. Tente ver o ponto preto com o mínimo de visão dos seus olhos humanos. Abra seus olhos tanto quanto o e, em seguida tente deixá-los tão pequenos quanto possível, de modo que sua visão seja quase nenhuma. Repita mais uma vez.

Após conseguir fazê-lo, mantenha seus olhos abertos e tente sentir que você está cavando um buraco na parede e entrando nele. Aumente a sua necessidade de atravessar a parede. Em alguns minutos, verá que o seu corpo está aqui, mas alguma parte sua atravessou a parede para o outro lado. O seu poder de concentração levou você para o outro lado da parede. Sinta que deste lado da parede está o corpo e do outro lado está o poder-alma. Então, a partir do seu corpo você olha para a sua alma e, da sua alma, você olha para o seu corpo. Deixe o corpo ver a capacidade da alma e deixe a alma ver a avidez do corpo em se tornar um com ela. Se puder fazer esse exercício, seu poder de concentração irá aumentar imensamente e muito rapidamente.

 

Respirar a partir do ponto | Se você quer desenvolver o poder de concentração, tente fazer isso. Antes de se concentrar, lave bem o seu rosto e olhos com água fria. Então faça um ponto preto na parede, à altura dos olhos. Encare o ponto a uns 30cm de distância e concentre-se nele.

Após alguns minutos, tente sentir que, quando está inspirando, a sua respiração está realmente vindo do ponto, e esse ponto também está inspirando, tirando a própria respiração de você. Tente sentir que há duas pessoas: você e o ponto preto. Sua respiração está vindo desse ponto e a respiração dele vem de você.

Em dez minutos, se a sua concentração for muito poderosa, você sentirá que a sua alma o deixou e entrou no ponto preto na parede. Nesse momento tente sentir que você e a sua alma estão conversando. Sua alma o está levando para o mundo dela, para a realização, e você a está trazendo para o mundo físico, para a manifestação. Dessa forma você pode desenvolver o seu poder de concentração muito facilmente. Mas esse método tem que ser praticado. Há muitas coisas que são muito fáceis com a prática, mas, apenas porque não as praticamos, não obtemos os resultados.

 

Você é todo os olhos | Faça um círculo muito pequeno na parede, à altura dos olhos e, dentro dele, faça um ponto preto. Ele deve ser preto, não azul ou vermelho ou de qualquer outra cor. Então encare a parede, mais ou menos a um metro de distância, e foque a sua atenção no círculo. Seus olhos devem estar relaxados e meio abertos. Deixe a força da sua concentração vir do centro da sua testa.

Após três ou quatro minutos, abra totalmente os olhos e tente sentir que, da cabeça aos pés, você é todo os olhos. Toda a sua existência física se tornou nada além de visão. Então se concentre no ponto dentro do círculo e comece a diminuir o objeto da sua concentração. Após alguns segundos, tente sentir que todo o seu corpo se tornou tão pequeno quanto esse ponto na parede. Tente sentir que o ponto é outra parte da sua própria existência.

Então entre no ponto, atravesse-o e vá para o outro lado. Do outro lado do ponto, olhe para trás e veja o seu próprio corpo. O seu corpo físico está de um lado, mas, pela sua concentração, você enviou o seu corpo sutil para o outro lado do ponto. Através do seu corpo sutil, você está vendo o seu corpo físico e, através do seu corpo físico, está vendo o seu corpo sutil.

Quando começou a se concentrar, o seu corpo físico se tornou todo visão. Naquele momento, o ponto era a sua realidade. Quando entrou no ponto, visão e realidade se tornaram um. Você era a visão e também era a realidade. Quando olhou de volta para si, a partir do ponto, o processo se reverteu. Lá você se tornou a visão, e o lugar para o qual você retornou – seu corpo – era a realidade. Então, a visão e a realidade se tornaram um novamente. Quando puder ver a visão e a realidade dessa forma, a sua concentração será absolutamente perfeita. Quando o seu poder de concentração puder trazê-lo para o outro lado do ponto, o qual estava chamando de realidade, nesse momento, toda a sua existência estará muito além de ambos, visão e realidade. No momento que você puder sentir que transcendeu a sua visão e a sua realidade, terá poder ilimitado.