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Mahsati Ganjavi (1098-1185) foi uma poetisa persa. O nome Mahsati é composto pelas palavras persas: Maah (lua) e Sati (Dama/Senhora). Nascida em Ganja, Mahsati ficou conhecida por um estilo de vida livre e inconvencional e foi perseguida por escrever contra o fundamentalismo, fanatismo e dogma religioso. Até aos nossos dias chegaram os seus escritos filosóficos e poemas. Especula-se sobre a ligação de Mahsati com vários intelectuais eminentes da época, como Omar Khayyám e o próprio sultão Sanjar. Aqui ficam poemas de Mahsati Ganjavi.

traduzidos de Seven Great Female Sufi Poets, translation and introduction by Paul Smith

 

 

Tua face invejada pela rosa e jasmim,

Amado,

teu olhar interessado atiça homens e mulheres,

Amado.

Pelo caminho descobri que, como um córrego graciosamente fluindo,

água corre dos meus olhos de novo, e de novo,

Amado.

 

Este meu corpo tem um coração repleto de êxtase

no interior…

ele tem também uma alma com mil chamas para se ver

no interior.

E quando dia e noite anseio pelo Seu rosto,

tenho dois olhos cheios de água livre corrente…

no interior!

 

Esse meu relacionamento, além de lábios secos e olhos úmidos

passou;

Sua flecha cruel que voa através do meu coração e alma,

passou.

Para mim, a chama do Seu amor foi como a água no raso que,

no entanto, quando nela pisei, para os meus olhos

passou.

 

Seu cabelo está em tal harmonia com a Sua face

que temo começar a blasfemar de inveja:

Ó Gracioso, curvar-me-ei à brisa que

do Seu rosto remover o Seu cabelo, completamente!

 

Quando lágrimas rubi-coloridas dos meus

olhos pingam,

água do coração da pedra e dos olhos dos

céus pingam.

Quando eles são removidos de Você, meus

olhos pingam:

do corte, sangue… claramente, meus

olhos pingam.

 

Desde que no mundo do amor o meu coração se tornou um rei

ele foi liberto de não acreditar, e de acreditar também.

Vi o meu eu inferior como um obstáculo no meu caminho…

quando deixei-o, meu caminho se abria para mim.

 

Ela que foi enfeitiçada pela Sua beleza

voltou:

aquela que, pela União com Você, sedenta…

voltou.

Limpe a gaiola, lance umas sementes de bondade:

este pássaro de asa quebrada que Você agora vê…

voltou.

 

A não ser que o Seu jacinto, âmbar gris rapidamente espalhe

brisa matutina do recipiente… o almíscar não se espalhará.

Se um asceta de cem anos de idade visse a Sua mão…

não me culpe se não for mais austeridade o que ele praticar.

 

Uma vez que estes olhos meus viram os

Seus olhos;

o sono abandonou meus olhos, longe de infelizmente,

Seus olhos.

Ó Você, cujos olhos tornam a visão de todos os outros olhos clara,

nunca meus olhos viram outros como a sua majestade,

Seus olhos.