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Livro Bhagavad Gita – capítulo 14 – Os Três Gunas – Sattva, Rajas e Tamas

 

Sattva é pureza. Sattva é luz. Sattva é sabedoria. Felicidade e sattva ficam juntos. Harmonia e sattva respiram juntos. Os sentidos em sattva estão sobrecarregados com a luz do conhecimento. Se alguém deixa o corpo quando sattva prevalece, para a pura morada dos sábios ele vai.

Rajas é paixão. Rajas é desejo. Rajas é atividade não-iluminada. Rajas prende o corpo à ação. Rajas permanece com o dinamismo inflexível ou com a agressão cega. Inquietação e Rajas respiram juntas. Separar a labuta do rajas é praticamente impossível. Rajas é outro nome para o movimento tomado de paixão. Se alguém morre quando rajas prevalece, ele renasce entre aqueles apegados à ação.

Tamas é sono. Tamas é escuridão. Tamas é ignorância. Estagnação e tamas permanecem juntos. Futilidade e tamas respiram juntos. É impossível para o tamas ser separado das dores impiedosas. Tamas é um outro nome para a morte lenta. A morte em tamas é seguida por renascimento entre os tolos insensatos.

 

A árvore-sattva dá o fruto chamado harmonia.

A árvore-rajas dá o fruto chamado dor.

A árvore-tamas dá o fruto chamado ignorância.

 

Sattva oferece ao mundo inteiro um conhecimento luminoso; Rajas oferece ambição apaixonada; Tamas oferece ilusão completa. Aquele cuja vida está inundada de sattva olha acima, para o céu. Portanto, ele vai às esferas mais elevadas. Aquele cuja vida está acesa com rajas olha arrogantemente para o mundo. Portanto, é justamente ali onde ele vive. Cego é aquele cuja vida está coberta de tenebroso tamas. Ele é cego como uma pedra. Portanto, ele afunda.

O Senhor diz que aquele que compreende a origem da ação nessas triplas qualidades de Prakriti e, ao mesmo tempo, compreende Purusha, que está além das qualidades, alcança o Senhor e adentra a Sua Natureza. E finalmente, quando vai além do domínio dessas três qualidades – sattva, rajas e tamas –, ele bebe profusamente o Néctar de Imortalidade. (14.19-20)

 

Faça todo o bem que puder,

Com todos os meios que puder,

De todas as maneiras que puder,

Em todos os lugares que puder,

A toda hora que puder,

A todas as pessoas que puder,

Por quanto tempo puder.

– John Wesley

 

Precisamente isso é esperado do homem sáttvico. Agora, você pergunta, como é que também ele deve transcender a sua natureza? Ele não é singular em seu serviço à humanidade? Ele pode ser singular em sua grande família humana, mas ainda tem de alcançar a liberdade perfeita. Silenciosamente, secretamente e, ora, por vezes até mesmo inconscientemente, o pobre homem sáttvico é apegado aos frutos de seu generoso serviço, aos efeitos de seu sublime conhecimento. Assim, com vistas em alcançar absoluta sabedoria e perfeita perfeição, o homem sáttvico deve transformar e transcender sua natureza.

Após ter transcendido os três gunas, é necessário fazer uma escolha: se deseja permanecer no Transcendente, muito acima do campo da manifestação, ou se deseja servir o eterno Alento do Infinito na humanidade e inspirar a humanidade à realização do supremo deleite, paz e poder.

Não uma, não duas, mas três perguntas relevantes Arjuna faz. Quais são as marcas daquele que transcendeu as três qualidades? Como ele se comporta? Como ele vai além das três qualidades? (14.21)

As respostas de Krishna são:

O Yogi que transcendeu as três qualidades em sua própria vida não detestará e nem buscará os frutos de sattva, rajas e tamas. Dentro e fora ele é inundado com a equanimidade da alma. Ele é absolutamente independente. Ele realizou a absoluta independência de sua divindade interior. Algo mais: ele serve Deus com sua devoção reluzente. Ele o faz devotadamente. Ele serve a humanidade com todo o seu amor. Ele o faz incondicionalmente. Ele vê Deus e Deus apenas em todas as almas humanas. Tal yogi por fim se torna, sem falta, o Eu Supremo. (14.22-26)